Valência busca vítimas uma semana após enchentes
Na localidade de Paiporta, tanto as residências quanto os estabelecimentos comerciais foram impactados pela situação em questão.
As autoridades ainda procuram por vítimas e realizam a limpeza das ruas repletas de lama e escombros na região espanhola de Valência nesta terça-feira (05/11),uma semana após as devastadoras inundações que resultaram na trágica morte de 218 pessoas.
“Estamos em uma situação um pouco melhor, mas ainda não estamos bem”, resumiu Maribel Albalat, prefeita de Paiporta, localidade próxima à cidade de Valência, considerada o epicentro da catástrofe que causou mais de 70 mortes. Em Paiporta, uma cidade com 25 mil habitantes, a situação é crítica, com a água potável restabelecida, porém ainda parcialmente sem energia elétrica. A prefeita informou à televisão pública TVE que “100% das residências e 100% dos estabelecimentos comerciais foram afetados” pelas inundações.
Diariamente, voluntários munidos de pás e baldes se dirigem às áreas devastadas para auxiliar na limpeza. No entanto, a remoção dos veículos empilhados pelas fortes correntezas demanda a atuação de equipes profissionais. “Precisamos de máquinas, precisamos de profissionais para limpar as ruas, de modo que as pessoas possam retornar e começar a reconstruir suas casas e negócios”, complementou a prefeita Albalat.
Para fazer frente ao enorme custo gerado pela catástrofe, o governo regional de Valência já reservou 250 milhões de euros, incluindo isenções fiscais e indenizações. Além disso, o Parlamento aprovou uma ajuda direta de 30 milhões de euros para as pessoas afetadas. O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, deverá anunciar medidas adicionais para as regiões devastadas após a reunião do Conselho de Ministros desta terça-feira.
Passada uma semana das inundações históricas, o número provisório de óbitos chega a 218, dos quais 214 ocorreram somente em Valência, três em Castela-la-Mancha e um na Andaluzia. As autoridades judiciais autorizaram a entrega de “cerca de cinquenta corpos” às famílias das vítimas, conforme informou o Tribunal Superior de Justiça de Valência em suas redes sociais. A prioridade permanece na localização dos desaparecidos, cujo número exato ainda não foi divulgado.
As operações de resgate estão concentradas em estacionamentos e estruturas subterrâneas que foram completamente inundados e ainda não foram totalmente inspecionados. A Unidade Militar de Emergências (UME), responsável por atuar em situações de desastre, instalou diversas bombas para drenar a água. Na segunda-feira, mergulhadores conseguiram acessar o estacionamento subterrâneo de um grande shopping em Aldaia, cidade com 31 mil habitantes próxima a Valência, onde quase metade das 5.700 vagas são subterrâneas. Apesar de especulações e notícias falsas sobre o que poderia ser encontrado lá, até o momento nenhuma vítima foi recuperada pelas autoridades.