Tripulação cancela voo após incidente em Vinhedo

No dia 9 de abril, sexta-feira, estava prevista a decolagem de um voo com origem em Ribeirão Preto, interior do estado de São Paulo. No entanto, os passageiros, buscando alternativas para chegar ao seu destino, decidiram também seguir viagem de carro. A decisão inusitada levou a uma mudança nos planos de viagem desses indivíduos, evidenciando a flexibilidade e determinação em alcançar seu objetivo final.

Aeronave caiu em uma área residencial de Vinhedo, próximo à rodovia Miguel Melhado de Campos. Foto: Daniel Teixeira/Estadão / Estadão Reprodução: https://www.terra.com.br/

Marcel Moura, diretor de operações da Voepass, informou durante uma coletiva de imprensa na noite de sexta-feira, 9, que um piloto e um copiloto decidiram não realizar o voo para Ribeirão Preto (SP) após o acidente aéreo em Vinhedo (SP). O voo estava programado para sair da cidade na tarde de sexta-feira, logo após a queda da aeronave da Voepass que resultou na morte de 62 pessoas.

Segundo Moura, os membros da tripulação da companhia aérea têm a opção de escolher se desejam ou não voar no sábado, 10, caso não se sintam confortáveis. Apesar da desistência do piloto e copiloto, uma nova equipe foi designada para realizar o voo para Ribeirão Preto e, até o momento, não houve atrasos nos voos. Além dos tripulantes, alguns passageiros com voos marcados pela Voepass também optaram por não viajar após o acidente. “É um sentimento de alívio [voltar de carro]. Quando a empresa disse ‘mandaremos um carro para buscá-los’, não importa a hora em que eu chegue em casa hoje, o importante é o alívio total”, compartilhou a produtora de eventos Thalita Aparecida Silva com o G1 Ribeirão e Franca.

Após o acidente na manhã de sexta-feira, outro piloto da Voepass que estava realizando um voo para Guarulhos (SP), mesmo destino da aeronave que caiu em Vinhedo, relatou ter observado a formação de gelo na janela lateral da cabine e que, em seus 16 anos de carreira como piloto, nunca havia presenciado algo semelhante. “Estou me sentindo mal. Cheguei até a chorar em casa agora, lembrando que relatei para o controle. Fiz minha parte, avisei ao controle: ‘Há formação de gelo severo’. Dei a informação, repassei aos colegas”, lamentou em entrevista ao jornal O Globo. Na aeronave estavam 62 pessoas, porém não houve sobreviventes.

O acidente envolveu o avião da Voepass Linhas Aéreas, antiga companhia Passaredo, do modelo ATR-72, que decolou de Cascavel, no Paraná, às 11h46, com destino ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. O voo 2283 transportava 57 passageiros e 4 tripulantes. Conforme a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), esse modelo de aeronave é capaz de comportar até 68 passageiros. De acordo com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), da Força Aérea Brasileira (FAB), o voo transcorreu normalmente até as 13h20. “No entanto, a partir das 13h21, a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, tampouco declarou emergência ou informou estar sob condições meteorológicas ruins. O contato por radar foi perdido às 13h22”.

Conforme informações do Flightradar, plataforma de monitoramento de aeronaves, o voo manteve uma altitude de cerca de 17 mil pés até aproximadamente 13h20, momento em que a aeronave fez uma curva brusca. A partir das 13h21, a altitude do voo caiu de 17.200 pés para 10.025. Às 13h22, o avião despencou rapidamente de 9.475 para 4.100 pés, de acordo com os registros. Em um minuto, a aeronave desceu aproximadamente 13.100 pés, o que equivale a 3.992 metros. Posteriormente ao acidente, a Voepass Linhas Aéreas informou por meio de comunicado que ainda não há confirmação sobre as circunstâncias do acidente. A empresa está disponibilizando informações aos passageiros, familiares e colaboradores pelo telefone 0800 9419712, que funciona 24 horas. “A aeronave decolou de CAC sem restrições operacionais, com todos os sistemas em pleno funcionamento para o voo”, acrescentou.

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