Tensão na fronteira: Coreia do Norte explode estradas
Na fronteira que separa a Coreia do Sul da Coreia do Norte, militares sul-coreanos realizaram disparos como medida preventiva. Esse foi mais um episódio tenso que evidencia a tensão existente entre os dois países desde a divisão da península coreana.
A Coreia do Norte surpreendeu ao explodir parte das estradas que ligam o país à Coreia do Sul nesta terça-feira (15/10). A ação veio após o líder norte-coreano Kim Jong Un expressar seu desejo de cortar completamente as fronteiras com o território vizinho. Segundo informações do Norte, a explosão foi orquestrada em resposta ao envio de drones pelo Sul para vigiar a capital Pyongyang.
Os explosivos detonaram duas importantes conexões rodoviárias e ferroviárias entre os dois países. Curiosamente, os trechos danificados já não eram mais utilizados, o que significa que os estragos não devem causar grande impacto nas rotas de viagem. No entanto, o exército sul-coreano está em estado de vigilância, juntamente com os Estados Unidos, diante dessas ações inesperadas.
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra a fumaça branca e cinza surgindo em uma estrada próxima à cidade fronteiriça de Kaesong. Especialistas consultados pela CBS avaliam que é improvável que a Coreia do Norte promova ataques em larga escala contra o Sul, uma vez que isso poderia desencadear um conflito maior, especialmente considerando o apoio dos EUA ao Sul.
Outro ponto interessante a se considerar é o histórico norte-coreano de explodir e bombardear locais que já não possuem utilidade prática, muitas vezes como forma de retaliação ou para manter a península sul-coreana em alerta. Em 2020, por exemplo, o Norte destruiu um edifício de escritórios vazio construído pelo Sul em uma área da fronteira, supostamente em resposta a uma campanha de panfletagem realizada por civis sul-coreanos.
O Estado-Maior da Coreia do Sul relatou que militares da península também efetuaram disparos de advertência ao sul da linha divisória que separa as duas nações, ressaltando que os tiros não atingiram áreas da capital Seul. Por sua vez, o Ministério da Unificação da Coreia do Sul condenou veementemente o ataque promovido pela Coreia do Norte, classificando-o como uma medida “regressiva” que viola acordos estabelecidos entre os países anteriormente.