Silvio Santos apoiou presidentes como “office boy de luxo”

Em meio aos cenários dos estúdios ou diante das luzes dos holofotes, um influente apresentador e empresário surpreendeu ao se envolver com questões políticas, declarando publicamente seu respeito ao presidente, independentemente do regime político em vigor. Suas declarações chamaram a atenção da opinião pública, repercutindo amplamente nas redes sociais e gerando debates sobre a postura de figuras públicas em relação ao poder executivo.

Brasil, São Paulo, SP. 31/01/2011. O empresário e apresentador de televisão, Silvio Santos, é visto ao deixar a sede do banco Big Pactual, na Avenida Faria Lima, zona sul de São Paulo, onde negociou a venda do Bando Panamericano Reprodução: https://www.cnnbrasil.com.br

Para o grande público, Silvio Santos sempre foi conhecido como o carismático apresentador, com seu microfone pendurado sobre a gravata, sorriso largo, risada inconfundível e cabelo sempre impecável. Além de ser o dono do SBT e de diversos outros empreendimentos que vão desde o setor agropecuário até a construção civil, ele também construiu uma bem-sucedida carreira como empresário. Poucos sabem que, no início de sua jornada, aos 14 anos, Silvio vendia capas plásticas para documentos como títulos de eleitor nas ruas do Rio de Janeiro, após ter começado a trabalhar como camelô.

Para além de sua presença marcante nos meios artístico e empresarial, Silvio Santos também flertou com a política em diversas ocasiões. Uma das empreitadas mais conhecidas foi sua candidatura à Presidência da República, em 1989, durante a primeira eleição direta após a ditadura militar. Em sua campanha, Silvio destacou sua origem humilde como ambulante e apresentou como pontos principais de preocupação os temas da alimentação, saúde, habitação e educação. Ele prometeu combater a inflação e corrigir os salários dos trabalhadores, além de prezar pela sensatez, justiça e honestidade em suas ações.

Apesar de receber convites para ser candidato a vice-presidente de outros presidenciáveis, Silvio Santos optou por ser protagonista e se lançou como candidato à Presidência pelo PFL, partido ao qual era filiado na época. No entanto, a tentativa não prosperou e ele encontrou abrigo no Partido Municipalista Brasileiro (PMB), num movimento político que envolveu renúncias e estratégias para inserir seu nome de última hora nas cédulas eleitorais.

A campanha de Silvio Santos foi marcada por um jingle com seu número 26 e a liderança nas pesquisas de intenção de voto, superando até mesmo o então candidato Fernando Collor. Contudo, a candidatura foi alvo de 18 pedidos de impugnação, que questionavam questões como sua filiação partidária e a regularidade do registro do PMB. A seis dias da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que Silvio estava inelegível por ser concessionário de uma rede de televisão.

Ao longo de sua trajetória, Silvio Santos cogitou ingressar na política em diferentes momentos, como quando anunciou sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo e posteriormente desistiu devido a problemas de saúde. Sua relação com o poder político sempre foi próxima, desde a criação da Rede SBT nos anos 80 até os encontros com presidentes como Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, além das manifestações de apoio a Jair Bolsonaro em momentos posteriores.

A vida de Silvio Santos é marcada por uma série de eventos que mesclam sua atuação como empresário, apresentador e suas incursões no cenário político. Sua influência na mídia e sua capacidade de transitar em diferentes esferas, seja na televisão ou na política, evidenciam a versatilidade e o impacto desse ícone da comunicação brasileira ao longo das décadas. Mesmo afastado da televisão, seu legado continua vivo através de suas filhas, como Patrícia Abravanel, que mantém a tradição do “Programa Silvio Santos” e segue recebendo figuras públicas em um dos programas mais icônicos da televisão brasileira.

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