Reino Unido interrompe venda de armas para Israel

O governo britânico justificou a suspensão do fornecimento de determinado equipamento devido ao risco evidente de que o mesmo poderia ser utilizado para cometer sérias violações do direito internacional.

As forças israelenses durante operação na Faixa de Gaza em junho de 2024 Foto: Reuters / BBC News Brasil Reprodução: https://www.terra.com.br/

O Reino Unido decidiu suspender parte das vendas de armas para Israel, conforme divulgado pelo secretário de Relações Exteriores britânico, David Lammy.

Essa medida atingirá 30 das 350 licenças de exportação de armas, afetando equipamentos como peças para caças, helicópteros e drones, com exceção das peças fabricadas no Reino Unido para os caças F35, utilizados por Israel em operações na Faixa de Gaza.

A justificativa do governo britânico para a suspensão baseia-se no “risco claro” de que tais equipamentos possam ser utilizados para violar o direito internacional, porém, Lammy ressaltou que o apoio ao direito de autodefesa de Israel permanece inalterado.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, criticou a decisão do Reino Unido, classificando-a como “vergonhosa” e enfatizando que não irá enfraquecer a determinação de seu país. Por outro lado, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, reforçou que as ações de Israel seguem os parâmetros da lei internacional.

A suspensão das vendas de armas britânicas para Israel ocorre em um momento sensível, após o Hamas manter reféns e as forças de Israel iniciarem ofensivas em Gaza. Essa situação aumentou a pressão sobre governos ocidentais, incluindo o Reino Unido, para interromperem as exportações de armamentos para Israel.

Mensagens e sinais políticos foram enviados com a decisão britânica, a qual representa menos de 10% das licenças de exportação sendo suspensas, visto que o Reino Unido não é um grande fornecedor de armas para Israel. Enquanto os EUA respondem por boa parte das importações de armas de Israel, o país britânico representa apenas 1%.

Andrew Mitchell, ex-vice-secretário no governo Conservador, expressou preocupação com a suspensão, sugerindo que a medida visa agradar setores do Partido Trabalhista sem desagradar Israel, o que pode não ser eficaz em nenhum dos aspectos. A Anistia Internacional no Reino Unido também se manifestou, considerando as restrições anunciadas pelo governo britânico como limitadas e permeadas por lacunas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *