Prefeitos buscam reeleição e ações pró-LGBTQIA+ são destaque

Analisa e comentários sobre as performances de Fuad Noman, João Campos e Ricardo Nunes, 2º turno, eleições 2024.

Noman, Campos e Nunes, prefeitos de BH, Recife e São, Paulo, respectivamente. Fotos: Divulgação Reprodução: https://www.cartacapital.com.br/

As prefeituras desempenham um papel central na promoção e proteção dos direitos da população LGBTQIA+, sendo muitas vezes a linha de frente na implementação de políticas públicas e programas voltados para a diversidade e inclusão. Às vésperas das eleições municipais de 2024, analisou – se o trabalho de três prefeitos brasileiros que são candidatos à reeleição para entender como cada um tem abordado as questões LGBTQIA+ em suas respectivas cidades: Belo Horizonte, Recife e São Paulo.

Em Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD-BH) implementou algumas políticas voltadas para a população LGBTQIA+ durante sua gestão, incluindo a criação da Casa de Acolhimento LGBTI+, mas ganhou fama de ceder às pressões conservadoras após mandar tirar um adesivo de arco-íris da fachada de um equipamento público.

Recife, sob a liderança de João Campos (PSB-PE), avançou nas ações de inclusão, com destaque para a realização de eventos como os Jogos do Orgulho, mas o movimento LGBTQIA+ local ainda se queixa da centralização de recursos.

Em São Paulo, a administração de Ricardo Nunes (MDB-SP) também trabalhou em algumas ações pró-LGBTQIA+, mas foi “tímida” e não ofereceu inovação. Além disso, o prefeito enfrenta críticas por ter se mantido ausente da última Parada do Orgulho da cidade, conhecida por ser a maior do mundo. Fuad Noman cedeu à pressão conservadora.

Em 2020, Fuad Noman foi eleito vice-prefeito de Belo Horizonte, na chapa de Alexandre Kalil (PSD-BH), com uma votação expressiva. Após assumir o cargo de prefeito, houve aumento na verba destinada à pauta LGBTQIA+ pelo município. Agora, Noman tenta a reeleição e tem 14% das intenções de voto.

Na capital mineira, destacam-se ações como a criação da Casa de Acolhimento LGBTI+ e a Comissão Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de Pessoas LGBTI+. A psicóloga Dalcira Ferrão reconhece avanços, mas ressalta a necessidade de mais iniciativas, especialmente nas áreas de trabalho, saúde e segurança pública. A candidatura de Noman para a reeleição gera debates na comunidade LGBTQIA+.

Em Recife, João Campos, candidato à reeleição, obteve avanços notáveis nas políticas pró-LGBTQIA+, como o Protocolo de Atendimento e os Jogos do Orgulho, contudo, ativistas apontam para a centralização de recursos e a necessidade de investimentos mais abrangentes em todas as regiões da cidade. Lucas Lira destaca a gestão inclusiva de Campos, mas ressalta a importância de manter e aprimorar as políticas existentes.

Já em São Paulo, a gestão de Ricardo Nunes é criticada por ser considerada “tímida” e por sua ausência na Parada do Orgulho LGBTQIA+. A criação da Coordenadoria de Políticas LGBTQIA+ e do Centro de Referência foram citadas como avanços, mas o diretor executivo do Instituto Matizes, Lucas Bulgarelli, aponta a falta de inovações significativas e de comprometimento do prefeito com a comunidade LGBTQIA+. A continuidade das políticas é vista como essencial para avançar na pauta.

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