Perfil e desafios de Gustavo Pimenta, novo presidente da Vale

A Vale traz uma novidade em sua gestão, anunciando na noite de segunda-feira, 26, a escolha do vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, Gustavo Pimenta, para assumir o cargo de CEO a partir de 1º de janeiro de 2025, em substituição a Eduardo Bartolomeo.

O comunicado ao mercado revela que Pimenta foi eleito por unanimidade pelo Conselho de Administração, enquanto Bartolomeo continuará na empresa como consultor até o final de 2025.

Esta decisão interna da Vale surpreendeu após especulações de listas circularem no mercado mencionando executivos de empresas como Gerdau, BHP, Caoa e Embraer.

A mineradora, uma das maiores empresas de capital aberto do Brasil, registrou lucro líquido de US$ 2,769 bilhões (R$ 15,2 bilhões) no segundo trimestre deste ano, apresentando uma alta de 210% em relação ao mesmo período de 2023.

O nome de Gustavo Pimenta ganha relevância com sua trajetória. Formado em Economia pela UFMG e com mestrado em Finanças e Economia pela FGV, o executivo chegou à Vale em novembro de 2021, na gestão de Bartolomeo. Antes de integrar a mineradora, Pimenta acumulou experiência como CFO global da AES Corporation nos EUA, além de atuar no Citigroup também nos EUA.

Reconhecido como uma pessoa serena e de fácil interlocução, Pimenta possui amplo domínio do negócio e dos aspectos financeiros da Vale, somando mais de 20 anos de experiência no Brasil, EUA e Europa.

No comunicado da empresa, ele é descrito como um executivo com experiência global nos setores financeiro, de energia e mineração, trazendo uma carreira sólida e diversificada.

A transição na liderança da Vale acontece em meio a uma disputa interna e externa, envolvendo até mesmo setores políticos. A substituição de Bartolomeo era defendida por internos da empresa devido às dificuldades de interlocução com o governo. A apresentação de Pimenta como o novo CEO destaca sua habilidade de fácil interlocução, apontando para um desafio à frente.

Mesmo privatizada há 27 anos, a Vale ainda depende de autorizações públicas, operando ferrovias sob concessão e mantendo negócios com outros setores privados que também têm relação com o governo, como a Cosan e o Bradesco.

Um dos pontos-chave mencionados é a importância da Vale se alinhar com as diretrizes do governo, especialmente considerando o impacto da empresa na economia e na geração de empregos. A narrativa envolvendo a nomeação de Pimenta reflete a expectativa de uma maior conexão entre a mineradora e o governo, especialmente alinhando agendas estratégicas.

Gustavo Pimenta, por sua vez, já se destacou em algumas declarações sobre os desafios da Vale, como a incerteza em relação à China.

Também trouxe à tona a aceleração na transição energética, defendendo a necessidade de soluções sustentáveis para o setor. A Vale traz um olhar estratégico, destacando o potencial do Brasil na liderança de minerais da transição energética.

Pimenta ressalta a importância da empresa em investir em soluções para minimizar impactos climáticos, protegendo suas operações em meio a um cenário desafiador de mudanças climáticas.

A Vale ainda busca acordos e soluções, como as compensações pelo desastre de Mariana, demonstrando um comprometimento em resolver questões passadas e futuras. A trajetória de Gustavo Pimenta reflete não apenas a gestão de uma grande empresa, mas também um compromisso com a sustentabilidade e a inovação no setor. O novo CEO assume não apenas um cargo, mas a responsabilidade de liderar em um cenário de desafios e transformações constantes, alinhado com as demandas de um mundo em constante evolução.