Pedágio free flow em SP: 12 mil motoristas não pagam tarifa
Um sistema inovador de cobrança automática, sem a necessidade de cabines ou cancelas, está sendo operado pela ecoNoroeste e entrou em operação no Estado em setembro. Tanto o governo quanto entidades ligadas ao setor estão reportando que a inadimplência está dentro das expectativas para o período, o que demonstra a eficiência e aceitação dessa nova modalidade de pedágio.
Nos primeiros 30 dias de operação do pedágio free flow no Estado de São Paulo, 12 mil veículos foram flagrados passando sem pagar a tarifa e agora serão multados. Este pedágio é gerenciado pela EcoNoroeste e é o primeiro sistema automático de cobrança implantado no estado, dispensando cabines e cancelas. Ao passar pelo pórtico, o motorista não precisa reduzir a velocidade, pois sensores e câmeras se encarregam de registrar a placa e as dimensões do veículo.
Durante o mês de estreia, 143 mil veículos passaram pelo pórtico, resultando em uma evasão de 8,4%. Em comparação com outros estados já mais familiarizados com o sistema free flow, a taxa de falta de pagamento em São Paulo está um pouco acima.
O período considerado pela EcoNoroeste vai de 4 de setembro, data em que a cobrança teve início, até 4 de outubro. O pedágio está localizado no km 179 da rodovia Laurentino Mascari (SP-333) e possui uma tarifa básica de R$ 8,90. Além deste ponto em Itápolis, a concessionária já implementou um segundo pórtico em Jaboticabal no dia 1º.
De acordo com o Governo de São Paulo, a evasão de pedágio em Itápolis está abaixo do previsto e não interfere no plano de expansão do sistema, que ainda é recente e desconhecido para alguns motoristas de outros estados que transitam por São Paulo. As autoridades estaduais afirmam que as medidas previstas no contrato são suficientes para lidar com possíveis inadimplências.
O uso de tags, dispositivo eletrônico para pagamento automático, tem sido disseminado no estado, o que contribui para reduzir os índices de inadimplência. Segundo dados, 82% dos veículos que passaram pelo trecho de Itápolis já possuíam tags.
Além de implementar o sistema em novas concessões, o governo planeja substituir os pedágios convencionais por pórticos de cobrança automática, proporcionando agilidade e justiça na cobrança. O Rodoanel Norte também será acessível aos usuários por meio do sistema free flow.
No caso de não pagamento, os motoristas são considerados inadimplentes e podem receber uma multa de R$ 195,13, além de cinco pontos na carteira de habilitação. Há um prazo de 30 dias para efetuar o pagamento, seja pelo site ou aplicativos da concessionária, ou em postos de atendimento na própria rodovia.
Em outros estados, a experiência com o free flow tem sido positiva. Na concessionária CSG, no Rio Grande do Sul, a inadimplência inicial de cerca de 10% foi reduzida para 5%. Em Minas Gerais, na MG-459, a taxa de inadimplência já é de 2,9%, abaixo da média nacional. Em todos esses locais, a introdução de um sistema de comunicação eficaz e a disponibilidade de pontos de pagamento têm contribuído para a baixa inadimplência.
A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) destaca que a eficácia do sistema free flow tem superado as expectativas e a tendência é a sua ampliação nas concessões rodoviárias nos próximos anos. A entidade ressalta a importância da adaptação a essa nova cultura de pagamento de pedágios, que envolve um período de aprendizado.
As tags têm sido fundamentais para eliminar a inadimplência, garantindo a arrecadação total às concessionárias, além de proporcionar vantagens aos usuários, como descontos e agilidade. Com mais de 12 milhões de veículos utilizando tags em todo o país, o sistema free flow promete revolucionar a forma como os pedágios são cobrados no Brasil.