Pastor é denunciado ao MP após fiel suicidar-se
Uma jovem identificada como Letícia Maryon, de apenas 22 anos de idade, infelizmente decidiu encerrar a própria vida poucos dias após participar de um evento religioso organizado por Flávio Amaral. A situação evidencia a importância de estarmos atentos aos sinais de sofrimento psicológico e emocional nos jovens, buscando formas eficazes de oferecer apoio e auxílio a quem enfrenta momentos difíceis. A perda precoce de Letícia Maryon nos lembra da necessidade de fortalecer os laços de empatia e solidariedade em nossa sociedade, visando prevenir casos tão tristes e impactantes como este.
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e Amanda Paschoal, candidata a vereadora em São Paulo, formalizaram uma denúncia junto ao Ministério Público contra o pastor Flávio Amaral. O motivo da denúncia é a homotransfobia e a tortura relatadas após o suicídio de Letícia Maryon, uma fiel da igreja evangélica Ministério Liberto Por Deus que foi submetida a um processo de ‘detransição’. Letícia, de 22 anos, encerrou sua vida em 07 de outubro, depois de mais de um ano enfrentando o processo de ‘detransição’ conduzido pelo pastor Amaral, que se autodeclara ‘ex-travesti’ e prega a ‘libertação’ da homossexualidade.
Antes de tirar a própria vida, Letícia participou de um culto ministrado por Flávio Amaral, no qual ela compartilhou sobre seu processo, descrevendo-o como uma “guerra espiritual entre a carne e o espírito”. O pastor Amaral conquistou popularidade nas redes sociais ao divulgar cotidianamente o processo de ‘detransição’ de membros de sua igreja, ao mesmo tempo em que ataca figuras públicas da comunidade LGBT+. Ele também frequentemente associa pessoas trans a práticas demoníacas, vícios e maldições.
A denúncia apresentada por Erika Hilton e Amanda Paschoal critica as práticas adotadas pelo pastor, como a imposição de jejuns aos fiéis para ‘curar sua homossexualidade’ e a prática de ‘envergonhá-los’ publicamente. Além disso, ressalta a questionável legitimidade de supostas terapias de ‘cura’ para pessoas com sexualidade ou identidade de gênero que não seguem padrões sociais, as quais foram proibidas pelo Conselho Federal de Psicologia no contexto de tratamentos psicoterapêuticos. Essas práticas irregulares também podem ter contribuído diretamente para o agravamento da saúde mental de Letícia.
Em um trecho da denúncia, destaca-se que “as condutas perpetradas por Flávio Amaral são graves e não podem ser justificadas sob os princípios constitucionais de liberdade de expressão religiosa, pois ultrapassam os limites permitidos e violam os direitos fundamentais, caracterizando discurso de ódio”. Este episódio evidencia a importância de debater temas sensíveis com responsabilidade e respeito, além de promover um ambiente de acolhimento e inclusão para todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.