Paris reforça segurança para Jogos Olímpicos
Um grande esquema de segurança foi implementado, sendo considerado inédito pelas autoridades responsáveis. Diversas vias foram interditadas e esquadrões especializados em neutralização de drones estão presentes em pontos estratégicos por toda a extensão da cidade.
Um grupo de turistas desapontados observava com tristeza através do emaranhado de cercas metálicas ao longo do rio Sena. Diante deles, a imponente catedral de Notre Dame e outros tesouros parisienses pareciam inalcançáveis. Uma mulher do México, sem o QR Code necessário para acessar a área, expressou sua frustração ao ver outras pessoas passarem pelo posto de controle policial com o devido código de segurança. Mais adiante, próximo à Torre Eiffel, um casal exausto arrastava suas bagagens, sendo instruído por um policial a mudar de direção devido às restrições. Enquanto Paris se preparava para sediar a cerimônia de abertura das Olimpíadas, com atletas desfilando em barcos pelo rio Sena na próxima sexta-feira (26/7), as forças de segurança francesas estavam empenhadas em realizar uma operação sem precedentes em termos de segurança.
O presidente Emmanuel Macron, mesmo enfrentando instabilidade política devido à dissolução do parlamento, estava confiante e afirmou que as autoridades estavam preparadas para o evento. A operação de segurança envolvia um contingente massivo de até 75 mil policiais, soldados e guardas, com ruas e estações de metrô fechadas e a instalação de cerca de 44 mil barreiras pela cidade. O sistema elaborado de QR Code foi implementado para controlar o acesso ao rio Sena e suas ilhas, causando certo desconforto em uma cidade normalmente lotada de turistas estrangeiros.
Apesar do ambiente mais tranquilo devido às restrições, as autoridades garantiam que a situação seria temporária, com a remoção da maioria das barreiras após a cerimônia de abertura. O general Lionel Catar, responsável por coordenar as forças de segurança, destacou a excepcionalidade da operação, derivada de medidas antiterrorismo adotadas desde a Operação Sentinelle. Elementos como equipes de desminagem, cães farejadores, sistemas anti-drone e vigilância do rio Sena foram intensificados para garantir a segurança do evento.
A cooperação internacional também se destacava, com a participação de 1.750 policiais estrangeiros, incluindo britânicos, espanhóis, alemães e sul-coreanos. A troca de experiências com o Reino Unido, especialmente em relação a tecnologia anti-drone, foi crucial para o planejamento da segurança. Mesmo sem ameaças específicas contra os jogos, as autoridades francesas estavam vigilantes quanto ao risco de ataques terroristas, tanto físicos quanto cibernéticos.
O ministro do Interior, Gerald Darmanin, expressou preocupação com possíveis campanhas de desinformação online que poderiam afetar a percepção da segurança dos Jogos Olímpicos. Por outro lado, movimentos de preparação, como o treinamento de forças especiais para situações de reféns, buscavam garantir a prontidão em casos de emergência. A expectativa era de que a operação de segurança fosse concluída com sucesso, assegurando um espetáculo memorável que celebraria a história e a beleza de Paris.