Pablo Marçal sem tempo de rádio e TV em SP

O candidato Ricardo Nunes, filiado ao MDB, obteve a maior parte do tempo disponível, que corresponde a 10 minutos, para a veiculação de sua propaganda eleitoral.

Foto: Reprodução/Redes Sociais Reprodução: https://www.cartacapital.com.br/

O candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), não participará da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão devido à falta de representação do seu partido na Câmara dos Deputados.

De acordo com a legislação eleitoral, somente as siglas que alcançaram a cláusula de barreira podem ocupar os espaços na rádio e na televisão. Essa medida tem o propósito de restringir a atuação de partidos que não atingiram um percentual mínimo de votos, visando proporcionar maior estabilidade ao sistema eleitoral.

Na última quinta-feira, dia 22, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) definiu a divisão dos tempos destinados às chapas. A veiculação do horário eleitoral começa em 30 de agosto.

A campanha do atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), terá o maior tempo no horário eleitoral: 6 minutos e 30 segundos. Consequentemente, mais da metade dos 10 minutos diários de propaganda eleitoral gratuita na rádio e TV será destinada ao candidato emedebista.

Enquanto isso, a chapa do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) terá o segundo maior tempo: 2 minutos e 22 segundos.

A falta de presença nos meios de comunicação tradicionais durante uma campanha eleitoral costumava ser um obstáculo significativo no passado. No entanto, para Marçal, as próximas semanas podem demonstrar que essa ausência não é tão prejudicial quanto se poderia imaginar.

Elevado à condição de candidato à prefeitura de São Paulo – conforme a pesquisa mais recente do Datafolha, onde está empatado com Boulos e Nunes – Marçal ingressou na política após ganhar destaque em suas redes sociais.

Segundo o Índice de Popularidade Digital (IPD) desenvolvido pela consultoria Quaest, o candidato é o mais popular nas redes sociais entre os concorrentes à prefeitura da capital paulista.

Para ilustrar a sua influência nas redes sociais, Marçal conta com 12,7 milhões de seguidores no Instagram, seis vezes mais do que Boulos, que possui 2,2 milhões de seguidores na mesma plataforma.

Não é surpreendente que Marçal seja capaz de envolver seus seguidores em debates políticos, utilizando a mesma linguagem das redes sociais. Isso reflete-se em sua participação nos debates televisivos, com declarações planejadas para serem compartilhadas como recortes nas mídias sociais.

No debate mais recente da revista Veja, com a ausência de candidatos que contestassem a postura agressiva de Marçal, o candidato optou por não responder a uma pergunta da candidata Tabata Amaral (PSB), afirmando que abordaria o tema em suas redes sociais.

No entanto, toda essa estratégia tem sido objeto de investigação pelas autoridades. Recentemente, o Ministério Público Eleitoral (MPE) solicitou a suspensão da candidatura de Marçal, alegando que ele estaria engajado em uma “estratégia de cooptação de colaboradores para disseminação de conteúdos em redes sociais”, o que poderia configurar um crime eleitoral. Por sua vez, o candidato negou qualquer envolvimento em financiar essa prática.

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