Operação da PF combate desvio de R$ 4 bilhões em ouro ilegal

Uma quadrilha especializada utilizava cidadãos estrangeiros como meio de transporte, dissimulando o contrabando de ouro proveniente da exploração ilegal em áreas pertencentes a comunidades indígenas. A prática criminosa consistia em inserir as malas de ouro nas bagagens desses indivíduos durante voos regulares, com o intuito de burlar a fiscalização e lucrar com a comercialização ilegal do metal precioso. Essa atividade ilícita revela a complexidade e a audácia das ações delituosas que desrespeitam tanto as leis ambientais quanto os direitos das populações tradicionais.

Polícia Federal realiza operação contra garimpo ilegal no Oeste do Pará, principalmente no território indígena Munduruku. Foto: Divulgação / PF Reprodução: https://www.cartacapital.com.br/

A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação na manhã desta quarta-feira (11) com o objetivo de cumprir 19 mandados de busca e apreensão, além de nove prisões, distribuídas nos estados de Roraima, Amapá, Pará, Goiás, São Paulo e Paraná. A ação recebeu o nome de “operação flygold II” e sua finalidade é combater organizações criminosas especializadas no transporte ilegal de ouro proveniente de terras indígenas.

As investigações realizadas apontaram que essas organizações movimentaram mais de 4 bilhões de reais dentro das terras indígenas brasileiras. Um dos exemplos desse crime foi a mineração ilegal ocorrida na T.I Munduruku. Esse local tem sido alvo de um processo de expulsão de garimpeiros ilegais conduzido pelo governo federal desde novembro.

Além das prisões, a Justiça determinou a apreensão de bens avaliados em 615 milhões de reais pertencentes aos investigados. Entre os itens apreendidos estão carros de luxo, armamentos de fogo e dinheiro em espécie. Segundo informações da PF, o esquema criminoso envolvia um conluio com o garimpo, utilização de pessoas interpostas e empresas fantasmas para sua operação.

O delegado Pedro Henrique Melo Carneiro afirmou que as investigações constataram o transporte de quase uma tonelada de ouro no esquema ilegal. Ele detalhou que “os investigados recrutavam pessoas, muitas delas estrangeiras, para despachar bagagens comuns contendo ouro em voos comerciais”.

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