Netanyahu propõe trégua temporária antes de acordo
O chefe do governo de Israel vinculou a continuidade da suspensão das hostilidades ao cumprimento das exigências acordadas, incluindo a libertação de pessoas mantidas como reféns.
Em seu primeiro discurso após a assinatura do acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu classificou a trégua como “temporária” e alertou que a guerra poderia ser retomada se as condições acordadas não fossem cumpridas. Este pronunciamento aconteceu às vésperas da entrada em vigor do acordo, marcada para às 8h30 (horário local) do domingo.
O acordo estabelece, em uma primeira fase de seis semanas, a suspensão das hostilidades e a libertação de 33 reféns mantidos em Gaza, em troca de 737 prisioneiros palestinos detidos por Israel. “Se necessário, reservamos o direito de retomar as operações militares com o apoio dos Estados Unidos”, afirmou Netanyahu em um discurso transmitido pela televisão.
O premiê destacou o respaldo recebido do presidente Joe Biden e do presidente eleito Donald Trump, que se comprometeram a fornecer armamentos para retomar as ações em Gaza caso o Hamas descumpra o acordo firmado. Netanyahu enfatizou o compromisso em resgatar todos os reféns e alcançar os objetivos estabelecidos.
Além disso, durante sua fala, Netanyahu mencionou que Israel havia alterado “a face do Oriente Médio” desde o início do conflito em Gaza, desencadeado pelo ataque terrorista perpetrado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023. Os números de vítimas falam por si só: aproximadamente 1,2 mil pessoas perderam a vida no sul de Israel, 251 foram capturadas, das quais 94 permanecem em Gaza, incluindo 34 declaradas como mortas pelo Exército. Em resposta, Israel lançou uma campanha contra o território palestino, resultando na morte de mais de 46 mil indivíduos em Gaza, que se encontra em meio a uma grave crise humanitária.
Desde o início do conflito, apenas uma trégua de uma semana havia sido alcançada em novembro de 2023, evidenciando a complexidade e a sensibilidade das negociações envolvendo Israel e Hamas.