MPF solicita extradição de ex-CEO das Americanas na Espanha

Miguel Gutierrez está sendo investigado pela suspeita de envolvimento em uma fraude que resultou em prejuízos de bilhões de reais.

Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas - Reprodução/Americanas Summit 2021 Reprodução: https://www.cartacapital.com.br/

O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro solicitou à Justiça Federal a extradição do ex-CEO do Grupo Americanas, Miguel Gutierrez, que reside em Madri, na Espanha. O pedido do MPF foi encaminhado à 10ª Vara Federal Criminal, no Rio de Janeiro, e assinado pelos procuradores da República José Maria de Castro Panoeiro e Paulo Sergio Ferreira Filho na quarta-feira passada. Esse pedido de extradição está relacionado à Operação Disclosure, realizada pela Polícia Federal (PF), que investiga possíveis fraudes bilionárias na empresa varejista.

Na petição, os procuradores fundamentam a necessidade da extradição com base nos mesmos argumentos utilizados para a decretação da prisão preventiva de Miguel Gutierrez. Independentemente da decisão da Justiça Federal, a palavra final sobre a extradição caberia à Espanha, em respeito à soberania entre os dois países. Caso a extradição seja decretada pelo juiz federal, o processo será conduzido pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública brasileiro.

O MPF destaca que o pedido de extradição se faz necessário para evitar a possibilidade de o investigado ser processado na Espanha, caso a extradição seja negada. Nesse contexto, a Justiça brasileira poderia fornecer os elementos de prova para o processo e julgamento do acusado, mesmo que ele seja julgado no Estado requerido, no caso, a Espanha.

Miguel Gutierrez foi preso em Madri no dia 28, mas foi liberado no dia seguinte após prestar depoimento às autoridades espanholas. O Grupo Americanas divulgou que as fraudes sob a antiga gestão da empresa chegam a aproximadamente R$ 25 bilhões. A defesa de Gutierrez afirmou que ele não participou das fraudes e colaborou com as autoridades, demonstrando confiança nos órgãos brasileiros e internacionais.

Além de Gutierrez, a ex-diretora da Americanas, Anna Cristina Ramos Saicali, teve que entregar seu passaporte no Brasil ao retornar de Portugal. A atual diretoria da empresa tem alegado ser vítima de fraudes cometidas pela antiga gestão, que teria manipulado os controles internos de forma dolosa.

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