Morre a “Dama dos Cravos”, símbolo da revolução em Portugal

A senhora Celeste Caeiro completou 91 primaveras.

Celeste Caeiro durante a celebração dos 50 anos da Revolução dos Cravos; ela morreu nesta sexta-feira – Foto: Patricia de Melo Moreira / AFP Reprodução: https://www.cartacapital.com.br/

Celeste Caeiro, conhecida como o símbolo da Revolução dos Cravos que marcou o fim da ditadura em Portugal em 1974, faleceu aos 91 anos nesta sexta-feira, de acordo com informações da sua família à AFP. Apelidada de “Dama dos Cravos”, ela era reconhecida por suas convicções firmes e seu legado permanecerá marcado na memória de todos, conforme declarou o Partido Comunista, partido ao qual ela pertencia, em comunicado oficial.

Nascida em 2 de maio de 1933 em uma família de origem humilde em Lisboa, a vida de Celeste teve uma mudança drástica na manhã de 25 de abril de 1974. Naquele dia, enquanto se dirigia ao restaurante onde trabalhava no centro da capital portuguesa, ela se deparou com os acontecimentos políticos que culminariam na Revolução dos Cravos. Seu chefe, sensibilizado com a situação, optou por fechar o estabelecimento e dispensar os funcionários, oferecendo-lhes os cravos vermelhos e brancos que seriam entregues aos clientes para celebrar o aniversário do restaurante.

Antes de retornar para casa, Celeste distribuiu os cravos para soldados e pessoas que encontrava pelo caminho, os quais prontamente os colocavam nos canos de seus fuzis ou nas lapelas. Esse gesto simples ganhou uma dimensão histórica e simbólica, tornando o cravo vermelho o ícone daquele movimento revolucionário, liderado por jovens militares, que resultou na queda da ditadura fascista que vigorava desde 1926 em Portugal.

No dia 25 de abril, Celeste participou das comemorações do 50º aniversário da Revolução de 1974, um marco que pôs fim a 48 anos de regime autoritário e abriu caminho para a democracia no país, assim como a independência de suas colônias na África. A figura de Celeste Caeiro permanecerá como um símbolo de resistência e luta pelos ideais democráticos em Portugal, inspirando gerações futuras a defenderem os valores de liberdade e justiça.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *