Mercado prevê inflação de 4,55% em vez de 4,5%
Foi divulgado um novo relatório que aponta que a estimativa estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional foi superada. Os números indicam um cenário além do previsto inicialmente, gerando impactos significativos no cenário econômico. Esse resultado inesperado sinaliza possíveis mudanças nas projeções futuras e requer uma revisão das estratégias em vigor.
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país passou de 4,5% para 4,55% este ano, ultrapassando o teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Esses dados foram divulgados no Boletim Focus desta segunda-feira, 28, publicação semanal realizada pelo Banco Central (BC) que reúne as projeções das instituições financeiras para os principais indicadores econômicos do país.
Para os próximos anos, a estimativa também aumentou, sendo de 4% para 2025, 3,6% para 2026 e 3,5% para 2027. Destaca-se que a previsão para 2024 já se encontra acima do teto estabelecido pelo CMN, que define uma meta de 3% para este ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (com limites de 1,5% e 4,5%).
A partir de 2025, entrará em vigor o sistema de meta contínua, o que dispensará a necessidade de o CMN definir uma nova meta de inflação a cada ano. O centro dessa meta continua será de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A inflação no país em setembro sofreu um acréscimo, principalmente devido ao aumento na conta de energia elétrica das residências, registrando 0,44% após uma deflação de 0,02% em agosto. De acordo com o IBGE, nos últimos 12 meses, o IPCA acumula uma alta de 4,42%.
Para atingir a meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 10,75% ao ano, determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A recente valorização do dólar e as incertezas sobre a inflação levaram o Copom a elevar os juros pela primeira vez em mais de dois anos durante a última reunião.
A próxima reunião do Copom está agendada para os dias 5 e 6 de novembro, sendo que os analistas prevêem um novo aumento na taxa básica. A projeção do mercado financeiro é que a Selic encerre 2024 em 11,75% ao ano e que, para o fim de 2025, caia para 11,25%. As estimativas para 2026 e 2027 são de redução para 9,5% e 9% ao ano, respectivamente.
Além da Selic, os bancos consideram diversos fatores ao definir as taxas de juros para os consumidores, tais como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Taxas mais altas podem dificultar o crescimento econômico, enquanto reduções na Selic tendem a baratear o crédito, incentivando a produção e o consumo.
No que se refere ao Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, as projeções das instituições financeiras indicam um crescimento de 3,08% para este ano, superando a estimativa anterior de 3,05%. No segundo trimestre de 2023, o PIB cresceu 1,4% em comparação com o primeiro trimestre e 3,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Para os próximos anos, a expectativa é de um crescimento de 1,93% do PIB em 2025, assim como uma expansão de 2% em 2026 e 2027. Em 2023, a economia brasileira cresceu 2,9%, totalizando R$ 10,9 trilhões, segundo dados do IBGE, superando os 3% registrados em 2022.
Quanto à cotação do dólar, a previsão é de encerrar este ano em R$5,45, enquanto se estima que, no final de 2025, a moeda norte-americana alcance o valor de R$5,40.