Legado de Getúlio Vargas 70 anos após sua morte
Com a continuidade de sua gestão, ele permanece no posto de maior presidente da história do Brasil.
Há 70 anos, em 24 de agosto de 1954, o Brasil foi sacudido pelo suicídio de Getúlio Vargas, um evento que gerou comoção nacional e teve repercussões políticas significativas, inclusive adiando um golpe que estava sendo planejado por setores militares e civis reacionários. A reação popular à morte de Vargas é apontada como uma das diversas evidências que o colocam como o maior presidente da história do Brasil.
Getúlio Vargas permanece singular em sua trajetória política. Vargas é reconhecido por ter sido o presidente que mais tempo permaneceu no poder, somando 19 anos entre 1930 e 1945, e depois de 1951 a 1954. No entanto, sua grandiosidade vai além do tempo no cargo, destacando-se pelos feitos e transformações que promoveu no país.
Além de Vargas, Juscelino Kubitschek (1956-1961) e Ernesto Geisel (1974-1979) são mencionados como outros presidentes que também deixaram suas marcas, apesar de terem governado por períodos mais curtos. Já Lula é ressaltado por suas conquistas no combate à pobreza e distribuição de renda, sendo considerado um sucessor espiritual de Vargas, embora com nuances e ambivalências em relação à era do Estado Novo.
A era Vargas é celebrada por suas realizações econômicas e sociais, que moldaram o Brasil moderno. Durante seu governo, houve respostas inovadoras à Grande Depressão dos anos 1930, como a implementação de políticas econômicas intervencionistas que anteciparam princípios do keynesianismo. A criação de empresas estatais estratégicas, como a CSN, Vale do Rio Doce, BNDE e Petrobras, impulsionou o desenvolvimento industrial do país, mesmo diante de resistências internas e externas.
No âmbito social, Vargas também deixou um legado marcante ao instituir leis trabalhistas que garantiram direitos fundamentais aos trabalhadores, como salário mínimo, jornada de trabalho de oito horas, férias remuneradas e liberdade sindical. Além disso, foi sob seu governo que se conquistou o direito ao voto feminino, demonstrando seu compromisso com a inclusão e a justiça social.
O retorno de Vargas à presidência em 1951, após ter sido deposto em 1945, foi um marco na história política brasileira. Sua morte trágica em 1954, em meio a um cenário de turbulência política, consolidou sua imagem como uma figura histórica de grande importância, deixando um legado que perdura até os dias atuais.