Jovem relata perda de familiar em bombardeio no Líbano

O notório Mohamed Abdallah desembarcou em Foz do Iguaçu, localizada no oeste do Paraná, na calada da noite desta última sexta-feira (27/09), trazendo consigo a companhia de sua irmã, Yara.

Mohamed Abdallah, de 16 anos Foto: Reprodução/RPC Reprodução: https://www.terra.com.br/

Mohamed Abdallah, um jovem de 16 anos que sobreviveu a um ataque aéreo no Líbano, que resultou na morte de seu pai e irmão, desembarcou em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, por volta da meia-noite desta última sexta-feira (27/09). Acompanhado por sua irmã Yara Abdallah, ele foi recebido no aeroporto por aproximadamente 200 pessoas, entre amigos e familiares.

O adolescente relatou que estava ajudando seu pai, Kamal Hussein Abdallah, de 64 anos, e seu irmão, Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, na fábrica da família que produzia produtos de limpeza quando ocorreu o bombardeio. Em entrevista à RPC, na região, Mohamed contou sobre o momento angustiante em que se viu após o ataque, procurando por seu irmão entre os escombros e encontrando seu pai falecido.

Mohamed e seu pai, natural do Paraguai, foram vítimas fatais em um contexto de ataques aéreos em meio aos conflitos entre Israel e o Hezbollah próximos à cidade de Kelya, no Líbano. A família residia em Foz do Iguaçu, mas havia se mudado temporariamente para o Líbano a fim de trabalhar na referida fábrica, que foi destruída por um míssil.

O Itamaraty informou à agência Reuters que o governo brasileiro tem acompanhado os desdobramentos no Líbano desde o início dos ataques israelenses e está preparado para evacuar cidadãos brasileiros se necessário. Atualmente, cerca de 20 mil brasileiros vivem no Líbano, país que tem enfrentado uma grave crise humanitária em decorrência dos conflitos.

Os confrontos entre Israel e o Hezbollah resultaram no deslocamento de mais de 90 mil pessoas no Líbano desde o início da semana, de acordo com informações da ONU. Os números de vítimas fatais e feridos são alarmantes, com quase 600 mortos, incluindo dezenas de crianças e mulheres, e aproximadamente 1,7 mil feridos em todo o território libanês, conforme relatos do Ministério da Saúde local e da ENUCAH.

A escalada da tensão na região teve início na semana anterior, quando explosões misteriosas atingiram a cidade, resultando em várias mortes e milhares de feridos. As autoridades libanesas e o Hezbollah acusaram Israel pelas explosões, desencadeando uma série de ataques intermitentes. O exército israelense afirmou ter atingido centenas de alvos do Hezbollah no país vizinho.

Com a continuidade dos confrontos, áreas densamente povoadas como a capital Beirute e o sul do Líbano têm sido duramente atingidas, intensificando a crise humanitária no país. A população local, já bastante afetada pela grave situação econômica e política, vê-se agora diante de uma nova onda de destruição e sofrimento.

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