Jovem passa por cirurgia emergencial devido a pseudotumor cerebral
Valentina Queiroz foi diagnosticada com hipertensão intracraniana idiopática, uma condição rara que afeta aproximadamente uma em cada 100 mil pessoas. A doença caracteriza-se pelo aumento anormal da pressão dentro do crânio, podendo causar sintomas graves e impactar diretamente na qualidade de vida do paciente. Apesar de sua baixa incidência, a hipertensão intracraniana idiopática requer atenção médica especializada e tratamento adequado para controle dos sintomas e prevenção de complicações.

Valentina Queiroz, 19 anos, diagnosticada com pseudotumor cerebral Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal Reprodução: https://www.terra.com.br/
A estudante de odontologia Valentina Queiroz, de 19 anos, passou por um diagnóstico impactante ao ser identificada com hipertensão intracraniana idiopática, também conhecida como pseudotumor cerebral. Essa condição rara provoca sintomas semelhantes aos de um tumor no crânio, porém sem a presença física de uma massa no local. O primeiro indício que chamou a atenção de Queiroz foi uma intensa e persistente dor de cabeça, que inicialmente ela atribuiu a algo corriqueiro. Tudo teve início em julho de 2024, quando a estudante começou a enfrentar uma dor de cabeça insuportável, que não cedia mesmo com o uso de medicamentos. Em suas palavras, “era uma dor que me acompanhava o tempo todo, tanto de dia quanto de noite. Nada aliviava. Porém, por achar que a dor poderia ser causada pelo tempo excessivo em frente ao celular, acabei deixando para lá”, relatou a jovem.
Os sintomas, no entanto, persistiram e Valentina também percebeu rigidez no pescoço. Ao buscar ajuda de um quiropraxista para lidar com esse desconforto, a estudante viu a dor de cabeça se manter constante. Foi nesse momento que ela acordou um dia com a visão turva em um dos olhos, o que a levou a um estado de desespero. Mesmo diante desse susto, levou um tempo até que Queiroz procurasse auxílio médico especializado. Após a realização de tomografia e raio-X que não identificaram anormalidades, Valentina foi hospitalizada para uma investigação mais aprofundada. A princípio, os médicos suspeitaram de paralisia no nervo óptico e encaminharam a paciente para uma ressonância magnética.
Foi nesse momento que veio o diagnóstico de hipertensão intracraniana idiopática, também conhecida como pseudotumor cerebral. Uma condição rara que atinge aproximadamente uma em cada 100 mil pessoas. De acordo com a neurologista Bruna Proença do Hospital Nove de Julho, a hipertensão intracraniana idiopática ocorre quando há um aumento da pressão dentro do crânio sem uma causa evidente. Ela destaca que os sintomas podem simular os de um tumor cerebral, incluindo dores de cabeça intensas, náuseas, vômitos e distúrbios visuais. No entanto, não há presença de massa ou crescimento anormal no cérebro que explique tais sinais, justificando assim o termo “pseudotumor”.
A causa específica dessa condição ainda não está completamente elucidada, mas sabe-se que está associada a irregularidades na absorção ou produção do líquido cefalorraquidiano, levando ao acúmulo de pressão intracraniana. O tratamento para o pseudotumor cerebral envolve o uso de medicamentos para reduzir a produção de líquido cefalorraquidiano, bem como procedimentos cirúrgicos, como punções lombares repetidas para drenagem do excesso de líquido ou a implantação de uma derivação para aliviar a pressão no cérebro. Valentina foi informada de que estava em um estágio avançado da doença e que, sem intervenção cirúrgica, corria risco de perder a visão.
O procedimento realizado consistiu na colocação de uma válvula no cérebro para drenar o líquido cefalorraquidiano e reduzir a pressão intracraniana. Após a cirurgia, a jovem já pôde perceber melhoras visuais, porém o processo de recuperação foi desafiador. Ela relembra os primeiros dias pós-cirurgia, nos quais a dor no pescoço era intensa e a mobilidade reduzida. Após uma semana internada, Valentina pôde retornar para casa, mas ainda enfrenta desafios diários com a dor. Diante de sua experiência, ela aconselha aqueles que suspeitam da condição a buscar ajuda médica o mais breve possível, evitando cometer o mesmo erro que ela ao adiar a procura por diagnóstico e tratamento adequados.