Jornalista da TV Globo falece aos 62 anos por câncer no pâncreas
Uma profissional com vasta experiência no jornalismo do Sul gaúcho acaba de conquistar um marco histórico como a primeira apresentadora negra a liderar a bancada de um telejornal no Rio Grande do Sul. Sua trajetória exemplar reflete não apenas sua competência e dedicação, mas também a importância da representatividade e diversidade na mídia.
A jornalista Julieta Amaral, da TV Globo, faleceu na noite da última sexta-feira, aos 62 anos de idade. Julieta foi pioneira ao se tornar a primeira apresentadora negra de um telejornal no Rio Grande do Sul, marcando sua carreira com sua atuação ímpar. Infelizmente, ela enfrentava uma batalha contra um câncer no pâncreas nos últimos três anos. O tratamento, que precisou ser realizado no setor oncológico do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre (RS), não foi suficiente para deter a progressão agressiva da doença.
Nascida em 8 de outubro de 1962, Julieta acumulou ao longo de 40 anos de carreira jornalística diversos prêmios e reconhecimentos. Sua habilidade como repórter, apresentadora e coordenadora se destacou em coberturas de grande relevância, como o acidente envolvendo um navio de grande porte com 12 mil toneladas de ácido sulfúrico no Porto de Rio Grande, em 1998. Sua contribuição para o jornalismo foi amplamente reconhecida, e sua morte representa uma perda irreparável para a comunicação no estado.
O Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS) e a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) lamentaram profundamente o falecimento de Julieta Amaral, destacando-a como uma das maiores referências do jornalismo feminino no interior do Rio Grande do Sul e uma figura emblemática para as mulheres negras, quebrando barreiras ao longo de quatro décadas de dedicação à profissão. Sua passagem por veículos de comunicação como o Jornal Agora e pela RBS TV deixou um legado de competência e representatividade para toda uma geração.
A jornalista era vista como fonte de inspiração não só para jovens, mas também para homens e mulheres negros que encontravam em sua trajetória um exemplo de superação e profissionalismo. Sua atuação era marcada por um jornalismo sério e comprometido, refletindo a importância da representatividade e do compromisso com a informação. Com sua voz, Julieta Amaral conseguiu impactar positivamente seu meio, tornando-o mais inclusivo e plural.
Julieta deixa seu legado não apenas na tela da TV, mas também em corações e mentes daqueles que admiravam sua trajetória e sua personalidade marcante. Seu sepultamento está marcado para este sábado, às 15h30, deixando esposo, filha e um vazio imensurável no jornalismo e na sociedade gaúcha. Sua partida representa não apenas a perda de uma profissional talentosa, mas também de um símbolo de resistência e transformação através da informação.