Investidores vão determinar custo da dívida do Brasil
Seguindo rumo ao grau de investimento conforme avaliação o Brasil permanece necessitando de avanços significativos em seus indicadores fiscais, conforme apontado pela diretora do UBS Global Wealth Management.
O mercado financeiro apresentou um desempenho positivo diante da notícia sobre a elevação da nota de crédito do Brasil. No entanto, segundo a diretora de macroeconomia para o Brasil do UBS Global Wealth Management, Solange Srour, o principal fator a ser considerado será a demanda dos investidores por um prêmio para manter a dívida pública. Ela ressaltou que a classificação de uma agência por si só não será capaz de impulsionar significativamente o mercado ou os preços dos ativos.
Srour destacou a falta de entrada de recursos estrangeiros nos países emergentes, incluindo o Brasil, mesmo diante de um cenário internacional favorável com a redução das taxas de juros nos Estados Unidos e expectativas de estímulos na China. Quanto à política monetária nacional, a especialista prevê um aumento mais intenso na taxa básica de juros, a Selic, em 0,50 ponto percentual. Para ela, seria necessário um evento de grande impacto, além da elevação da nota de crédito, como um anúncio fiscal relevante, para diminuir as expectativas de inflação.
A perspectiva do ciclo de alta da Selic dependerá, segundo Srour, do cumprimento das regras fiscais pelo governo. Ela ressaltou que, embora o cenário externo possa oferecer suporte, não tem contribuído significativamente para conter a inflação e fortalecer o real. A duração desse ciclo de aumento de juros estará atrelada ao contexto fiscal e internacional, sendo o aspecto fiscal um dos elementos mais determinantes nesse processo.