Hematologista de Campinas usou nome em laudo falso
Segundo Aline Souza, seu pai nunca exerceu atividades profissionais em uma clínica localizada na cidade de São Paulo.
A médica Aline Souza, filha do médico José Roberto de Souza, esclareceu que o seu pai nunca prestou serviços na clínica mencionada no falso prontuário médico que foi divulgado pelo candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, com a intenção de associar Guilherme Boulos ao uso de cocaína. A firmação foi feita após a veiculação de um suposto laudo médico nas redes sociais, indicando que Boulos teria sido internado em uma clínica durante um surto psicótico e testado positivo para cocaína no exame de sangue, sendo que a assinatura presente no documento pertencia ao falecido José Roberto de Souza. No entanto, tanto uma ex-funcionária quanto a filha do médico declararam que a assinatura era falsificada.
Durante uma entrevista concedida à TV globo, a oftalmologista Aline Garcia Souza explicou que seu pai concentrava sua prática médica na região de Campinas, especializando-se em hematologia, jamais atendendo na cidade de São Paulo e nunca emitindo um laudo psiquiátrico como o apresentado por Marçal. A data indicada no referido documento coincidia com um período no qual José Roberto de Souza já se encontrava debilitado, sem exercer consultas e permanecendo em Campinas, conforme informações da filha. O médico veio a falecer em 2022 após enfrentar uma doença rara, momento no qual um outro filho relatou à entrevistas que ele se mantivera recluso. Aline ainda demonstrou ter uma tatuagem contendo a verdadeira assinatura do pai, feita após o seu falecimento, a qual difere da presente no documento compartilhado por Marçal nas redes sociais.
Em razão de uma decisão judicial, a publicação feita por Pablo Marçal foi removida, com o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) informando que o juiz Rodrigo Marzola Colombini, da 2ª Zona Eleitoral, concedeu uma liminar determinando a exclusão imediata de vídeos divulgados nas plataformas Instagram, TikTok e Youtube que fizessem menção ao documento falso propagado pelo referido candidato. O documento em questão descrevia um suposto atendimento médico ocorrido em janeiro de 2021, o qual indicava o uso de cocaína por parte de Guilherme Boulos.