Governo Central tem déficit de R$ 5,3 bi em setembro; conheça as finanças
No decorrer dos primeiros nove meses deste ano, o Governo Central apresentou um déficit de R$ 105,2 bilhões, marcando o desempenho mais negativo desde o ano de 2020, quando teve início a pandemia de covid.
As contas do Governo Central registraram em setembro um déficit primário de R$ 5,3 bilhões, conforme divulgado pelo Tesouro Nacional. Este resultado veio logo após um déficit de R$ 22,404 bilhões em agosto. No acumulado do ano até setembro, o déficit atingiu R$ 105,2 bilhões, marcando o pior resultado desde 2020, o ano do início da pandemia de covid-19. Em comparação com o ano anterior, o resultado foi negativo em R$ 94,3 bilhões.!!
As despesas totais aumentaram 1,4% (R$ 2,3 bilhões) em setembro, já descontada a inflação. Esses números estão alinhados com as expectativas do mercado financeiro, que projetava um déficit de R$ 5,20 bilhões para o mês. O resultado do nono mês do ano foi acompanhado por um superávit primário de R$ 20,9 bilhões nas contas do Tesouro Nacional, incluindo o Banco Central, enquanto o INSS registrou um déficit de R$ 26,2 bilhões.!!
No acumulado até setembro de 2024, o resultado do Governo Central apresentou um déficit de R$ 265,8 bilhões, atingindo um déficit de R$ 245,8 bilhões nos últimos 12 meses até setembro. Esse déficit equivale a 2,12% do Produto Interno Bruto (PIB). O Tesouro Nacional passou a divulgar a relação entre o volume de despesas em relação ao PIB desde janeiro de 2024, como parte do esforço para estabilizar os gastos públicos.!!
Para 2024, o governo estabeleceu metas ambiciosas: um resultado primário neutro, com margem de variação de 0,25 ponto porcentual para mais ou menos, evitando um déficit superior a R$ 28,8 bilhões, e um limite de despesas fixo de R$ 2,089 trilhões. No entanto, o Ministério do Planejamento e Orçamento estimou um resultado deficitário de R$ 28,3 bilhões para o ano atual, de acordo com o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas.!!
A receita líquida ajustada (RLA), utilizada para definir o limite anual de despesas no Orçamento da União, encerrou setembro em 7,82%. Esse indicador busca suavizar o impacto de variações de receitas imprevisíveis sobre os limites de despesas do novo arcabouço fiscal. O crescimento real das despesas para 2024 foi ao teto, de 2,5%, refletindo 70% da variação real da RLA, que foi de 5,78%. As receitas do Governo Central tiveram uma queda de 4,8% em setembro em relação ao mesmo mês do ano anterior, com alta de 7,2% no acumulado do ano. As despesas, por outro lado, subiram 1,4% em setembro e 6,5% no acumulado dos nove meses.!!
A divulgação dos dados financeiros pelo Tesouro Nacional sofreu atrasos devido à mobilização dos servidores, resultando na publicação de apenas um sumário executivo, sem o relatório completo. Informações detalhadas sobre o desempenho das receitas e despesas no mês e no acumulado do ano não foram disponibilizadas. A previsão é que os demais documentos sejam divulgados na próxima semana, conforme comunicado da assessoria do Tesouro Nacional.