Governador Ronaldo Caiado é condenado pelo TRE e fica inelegível por 8 anos
O Governador de Goiás, Ronaldo Caiado, foi condenado por abuso de poder político pela juíza do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), resultando na cassação da chapa eleita na capital. A decisão ainda pode ser contestada e recorrida no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até o momento, Caiado não se pronunciou publicamente sobre o assunto.
O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás proferiu uma decisão nesta segunda-feira, 9, que condena o governador do Estado, Ronaldo Caiado, do partido União Brasil, a oito anos de inelegibilidade. Além disso, a sentença determina a cassação da chapa eleita em Goiânia, composta por Sandro Mabel (União Brasil) e Coronel Cláudia (Avante), que são aliados de Caiado. A juíza Maria Umbelina Zorzetti constatou que o governador utilizou o Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano, para promover um evento de campanha em favor de Mabel, o que é proibido pela legislação eleitoral.
A decisão acolheu a solicitação da coligação do candidato que foi derrotado no segundo turno da eleição, o ex-deputado estadual Fred Rodrigues, do PL, com respaldo do Ministério Público Eleitoral. Cabe destacar que há a possibilidade de recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por parte dos condenados. Ao ser procurado pelo Estadão, Caiado optou por não se manifestar. A polêmica em questão refere-se aos jantares realizados nos dias 7 e 9 de outubro, no início do segundo turno do pleito.
Durante o processo, as defesas de Caiado e Mabel argumentaram que os eventos tinham caráter institucional, ocorrendo a portas fechadas e sem solicitação de votos. No entanto, a juíza sustenta que “Ronaldo usou de seu poder como Governador do Estado e, de forma manifestamente desviada de suas atribuições, organizou os eventos eleitoreiros, convocou seus convidados, subiu ao palanque e fez campanha eleitoral dentro de um prédio público pertencente ao Estado de Goiás”. Para Maria Umbelina Zorzetti, a conduta de Caiado pode induzir a uma confusão entre os interesses públicos e privados, transmitindo a mensagem de que o candidato apoiado pelo governador conta com o respaldo da máquina estatal.
A magistrada qualificou os jantares como eventos “eleitoreiros”, ressaltando que o governador não está impedido de apoiar candidatos, desde que o faça estritamente no contexto político e não utilizando recursos públicos de forma inadequada. A sentença do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás determina não apenas a inelegibilidade de Ronaldo Caiado por oito anos, mas também a cassação da chapa eleita em Goiânia, em um desfecho que traz repercussões significativas para a política local.