Filhos adultos: Pais devem continuar sustentando?
Identificação e gestão da dependência financeira em meio ao desafio da parentalidade. O desejo de formar uma família é comum entre casais, porém a realização desse sonho requer um complexo planejamento, que vai além do aspecto emocional e ambiental, envolvendo também questões monetárias. Os custos associados à chegada de uma nova geração podem se mostrar significativos, abarcando despesas como vestuário, alimentação, educação, lazer, entre outros. Trata-se de um compromisso financeiro constante e que exige estratégias bem definidas para garantir a estabilidade econômica da família a longo prazo.
Ter filhos é um dos grandes desejos de muitos casais, porém, é fundamental um planejamento adequado, levando em consideração aspectos psicológicos, ambientais e, é claro, financeiros. Os custos envolvidos na criação de uma nova geração podem ser significativos, englobando despesas com vestuário, alimentação, educação, lazer, entre outros. Porém, surge uma questão: o que fazer quando os filhos adultos permanecem dependentes dos pais? A obrigação dos pais em sustentar filhos adultos é um tema que gera debates acalorados.
Conversamos com um advogado e uma psicóloga para aprofundar essa discussão complexa. O advogado Diego Marcondes, especialista em direito de família e sócio da Marcondes Advocacia, destaca que os pais têm o dever legal de cuidar, educar e prover sustento aos filhos. No entanto, essa responsabilidade geralmente se estende até a conclusão da faculdade, momento em que se espera que o filho tenha autonomia financeira e pessoal. Em casos onde os pais não cumprem essa obrigação voluntariamente, é possível recorrer ao Poder Judiciário por meio de uma ação de alimentos, abrangendo não apenas alimentação, mas também saúde, vestuário e lazer. A base dessas responsabilidades parentais é o que conhecemos como pátrio poder, sendo essencial a prática de uma paternidade e maternidade responsáveis na sociedade contemporânea.
Na perspectiva da psicologia, a neuropsicóloga infantil Nathália Malagone ressalta a importância de atribuir responsabilidades às crianças desde tenra idade, envolvendo cuidados com a casa, bens materiais e noções financeiras. A partir dos 18 anos, a transição para a vida adulta é determinada pela cultura local e condições econômicas. No Brasil, é comum as famílias ajudarem os filhos até a conclusão da faculdade ou o primeiro emprego. Nathália enfatiza que ao abordar questões financeiras e promover a independência desde cedo, a transição para a auto-suficiência ocorre de maneira gradual e natural. Em situações contrárias, é essencial estabelecer metas claras para o filho e delimitar o suporte oferecido pela família. A psicóloga destaca a importância da terapia como uma ferramenta para lidar com essa fase de transição, muitas vezes marcada pela falta de estímulo familiar para que o jovem explore o mundo de forma independente. O equilíbrio entre a relação pais e filhos demanda cuidados profissionais e diálogo constante.