Estudo revela cocaína em múmias do século 17

Pesquisadores da renomada Universidade de Milão, em parceria com especialistas da Fundação Ca’ Granda do Hospital Policlínico Maggiore de Milão, na Itália, fizeram uma descoberta surpreendente que lança novas luzes sobre a história do consumo de drogas na Europa. Eles encontraram evidências inéditas que desafiam o que se sabia até então, revelando aspectos intrigantes sobre o uso de substâncias entorpecentes no continente.

A descoberta de cocaína em múmias da cripta de Ca' Granda revela a surpreendente presença da planta da coca na Europa no século 17 Imagem: CC BY Journal of Archaeological Science 4.0 Reprodução: https://noticias.uol.com.br/

Em uma descoberta surpreendente que desafia o conhecimento estabelecido sobre o uso de drogas na Europa, pesquisadores da Universidade de Milão, em colaboração com a Fundação Ca’ Granda do Hospital Policlínico Maggiore de Milão, na Itália, identificaram evidências do uso de cocaína no século XVII, quase dois séculos antes do que se acreditava anteriormente.

O estudo, divulgado no Journal of Archaeological Science, lança novas perspectivas sobre a história do consumo de substâncias entorpecentes no continente europeu e suscita questionamentos intrigantes sobre as rotas comerciais transatlânticas durante o período colonial.

Os pesquisadores analisaram tecidos cerebrais de dois indivíduos mumificados encontrados na cripta Ca’ Granda, em Milão, um cemitério do século XVII associado ao Ospedale Maggiore, um hospital que prestava assistência principalmente aos mais necessitados. Durante as análises, foram detectados compostos ativos provenientes da planta da coca (Erythroxylum spp.) em ambas as amostras, incluindo a presença do alcaloide da cocaína, além da benzoilecgonina (um metabólito inativo da cocaína) e da higrina.

Essa descoberta inédita abre portas para uma revisão dos relatos históricos sobre o uso de drogas na Europa, sinalizando uma presença precoce e surpreendente da cocaína no continente em um momento muito anterior ao que se supunha. A análise desses vestígios arqueológicos lança luz sobre práticas e hábitos desconhecidos até então, promovendo debates sobre as conexões entre diferentes regiões do mundo durante a era colonial.

A pesquisa realizada por cientistas italianos apresenta contribuições significativas não apenas para a compreensão do uso de substâncias psicoativas na Europa, mas também para a história do comércio transatlântico e das interações culturais e comerciais entre os continentes na época em questão. As implicações dessa descoberta revolucionária abrem novos caminhos para a investigação acadêmica e destacam a importância da análise interdisciplinar para desvendar aspectos até então desconhecidos de nossa história.

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