Equipe de campanha de Trump afirma ter sido hackeada e documentos expostos
Informações confidenciais foram subtraídas e entre os itens roubados está um arquivo contendo análises sobre desafios que JD Vance poderia enfrentar durante sua campanha política.
A campanha de Donald Trump informou no último sábado (10) que foi alvo de um ataque hacker que resultou no vazamento de documentos confidenciais. O site Politico foi o primeiro a relatar o recebimento de e-mails de uma conta anônima contendo informações internas da campanha do ex-presidente. Entre os documentos vazados está um dossiê elaborado pela campanha republicana sobre JD Vance, atual vice de Trump, que descreve possíveis vulnerabilidades que poderiam ser exploradas contra ele ou a campanha. Também foi realizada uma pesquisa sobre o senador da Flórida, Marco Rubio, que chegou a ser cogitado para a vice-presidência.
O porta-voz da campanha, Steven Cheung, em comunicado à CNN, denunciou a ação como uma tentativa de interferência estrangeira nas eleições de 2024 e de desestabilização do processo democrático nos Estados Unidos. Ele mencionou um relatório da Microsoft que apontava o aumento das tentativas de influência por parte do Irã, incluindo a disseminação de notícias falsas, direcionadas a eleitores de diferentes espectros políticos, e tentativas de hacking em campanhas eleitorais.
Cheung também fez referência a um relatório da Microsoft que indicava uma invasão por hackers iranianos à conta de um alto funcionário de uma campanha presidencial em junho de 2024, coincidindo com o período de escolha do candidato a vice na chapa de Trump. A campanha do ex-presidente afirmou que os iranianos estavam cientes de que Trump representava uma ameaça aos interesses deles, e destacou a importância de não reproduzir documentos ou comunicações internas vazadas, alegando que isso apenas serviria aos objetivos dos inimigos dos Estados Unidos.
Até o momento, não foi confirmado se o Irã foi o responsável pelo ataque. A CNN tentou entrar em contato com a missão iraniana das Nações Unidas para esclarecimentos, mas ainda aguarda resposta. Em relação a possíveis conversas com autoridades, um representante da campanha de Trump se recusou a comentar. A emissora também procurou o FBI, Departamento de Justiça e Serviço Secreto para obter mais informações sobre o caso, porém não obteve retorno.
A Casa Branca, por sua vez, condenou qualquer tentativa de interferência estrangeira nas eleições americanas, reiterando o compromisso do governo Biden-Harris em proteger a integridade do processo eleitoral e a confiança nas instituições democráticas. O Conselho de Segurança Nacional dos EUA afirmou que leva as alegações da campanha de Trump a sério e encaminhou questões específicas ao Departamento de Justiça. A Microsoft optou por não comentar sobre o caso.
O episódio traz à memória o vazamento de quase 20 mil e-mails do Comitê Nacional Democrata pelo WikiLeaks, pouco antes da Convenção Nacional Democrata de 2016. Na ocasião, os e-mails revelaram supostos favorecimentos a Hillary Clinton em detrimento de Bernie Sanders, resultando na renúncia de Debbie Wasserman Schultz. Autoridades mais tarde afirmaram que o ataque cibernético estava associado à Rússia.