Economia brasileira cresce 1,4% impulsionada por indústria e serviços
No último trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) atingiu a marca de R$ 2,9 trilhões em termos monetários.
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou crescimento de 1,4% no segundo trimestre de 2024 em relação ao trimestre anterior, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 3.
Os setores de Serviços e Indústria foram os principais impulsionadores desse avanço, registrando altas de 1,0% e 1,8%, respectivamente, enquanto a Agropecuária teve uma queda de 2,3% no mesmo período. No que diz respeito à demanda, houve crescimento nos três componentes analisados: o Consumo das Famílias e o Consumo do Governo avançaram ambos 1,3%, e a Formação Bruta de Capital Fixo teve um aumento de 2,1%.
Em termos de valores correntes, o PIB totalizou R$ 2,9 trilhões no período em questão. Em comparação com o mesmo trimestre de 2023, o PIB cresceu 3,3%, superando as expectativas até então. Para o ano de 2024, as projeções dos analistas apontam para um aumento de 2,46% em relação ao ano anterior, de acordo com o boletim Focus desta semana.
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, destacou a mudança no cenário econômico, apontando o “fim do protagonismo da Agropecuária” e a ascensão da Indústria, especialmente nos setores de Eletricidade, Gás, Água, Esgoto, Gestão de Resíduos e Construção. Na análise da demanda interna, os três componentes mostraram crescimento robusto, impulsionados por diversos fatores, como as condições favoráveis do mercado de trabalho, a queda nas taxas de juros e a disponibilidade de crédito.
Além desses fatores, Rebeca ressaltou que os investimentos tiveram papel crucial na performance da economia, com destaque para o crescimento da produção nacional de bens de capital e o desenvolvimento de software. Diferentemente do ano anterior, o setor externo teve impacto negativo no crescimento econômico.
Os números do IBGE revelam que a Indústria e os Serviços têm apresentado crescimento contínuo ao longo de 2024. Na comparação com o mesmo trimestre de 2023, o setor de Serviços registrou expansão de 3,5%, a Indústria cresceu 3,9% e a Agropecuária recuou 2,9%. A demanda por eletricidade, aliada à manutenção da bandeira tarifária verde, impulsionou a Indústria, enquanto a Construção se destacou com um crescimento de 4,4%.
As condições climáticas adversas impactaram negativamente a produção de soja e milho, resultando no recuo da Agropecuária nas comparações com e sem ajuste sazonal. No entanto, a pecuária e outras culturas como café e algodão apresentaram desempenho positivo.
A taxa de investimento no segundo trimestre de 2024 alcançou 16,8% do PIB, superando os 16,4% registrados no mesmo período de 2023, enquanto a taxa de poupança recuou para 16,0%, ante os 16,8% do ano anterior. A analista do IBGE ressalta que o crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo em relação ao PIB contribuiu significativamente para esse cenário.
No acumulado dos quatro trimestres até março de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023, o PIB apresentou um crescimento de 2,5%. Nesse período, tanto a Indústria quanto os Serviços registraram altas de 2,6%, enquanto a Agropecuária permaneceu estável. Os diversos segmentos de Serviços mostraram resultados positivos nessas análises comparativas.