Diretora da Petrobras otimista sobre licença na Foz do Amazonas
Uma perspectiva otimista foi expressa por Sylvia dos Anjos em relação à possibilidade de a estatal obter a autorização para realizar perfurações em um poço exploratório localizado no litoral do Amapá, na região da Margem Equatorial. A Petrobras tem se empenhado há um ano e meio para reverter a decisão desfavorável do Ibama nesse caso, porém, até o momento, seus esforços têm sido infrutíferos.
A diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, manifestou nesta quinta-feira (31/10), sua confiança na obtenção da licença ambiental junto ao Ibama para realizar uma perfuração exploratória no litoral do Amapá, na Bacia da Foz do Amazonas, localizada na Margem Equatorial. A empresa tem buscado, sem êxito, reverter a negativa do órgão ambiental há aproximadamente um ano e meio, desde maio de 2023. Esta é a primeira vez que um representante da estatal se pronuncia publicamente sobre o assunto após o Ibama solicitar esclarecimentos adicionais em resposta a um parecer técnico que recomendava o arquivamento do processo e a negação da licença solicitada. A solicitação de mais informações partiu do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho.
Durante o encerramento da Brazilian Petroleum Conference, evento promovido pela Associação Brasileira de Geólogos de Petróleo (ABGP), Sylvia dos Anjos expressou sua perspectiva otimista: “Estou bastante confiante. Acredito que logo obteremos a licença. Estamos atendendo a todas as solicitações do Ibama.” Ela também ressaltou o planejamento da Petrobras em determinar o potencial da área petrolífera o quanto antes, enfatizando que a perfuração de um único poço não é suficiente para tal finalidade: “O potencial não será definido por um único poço na Margem. Nossa intenção é perfurar o poço, delimitar a área e realizar uma grande descoberta, que é o nosso objetivo.”
Além disso, a diretora afirmou que a Petrobras mantém o compromisso com a Margem Equatorial devido à crença no potencial da região, ressaltando que a empresa já avançou em diversas etapas do processo de exploração, etapas ainda não concluídas em áreas recentemente adquiridas, como é o caso da Bacia de Pelotas, situada no litoral sul do Brasil. Sylvia dos Anjos destacou: “Em Pelotas, adquirimos 29 blocos, estamos realizando estudos sísmicos, o que demanda tempo para interpretação, verificação dos plays, solicitação de licença. Na Margem Equatorial, já concluímos essas etapas. Além disso, levamos em consideração os grandes achados feitos na Guiana e também na África (em áreas similares).”
A executiva da Petrobras ainda acrescentou que a empresa buscará alternativas para renovar suas reservas, incluindo a exploração na Namíbia, na África. “Vamos, sim, expandir nossas atividades para fora do país. Já retomamos em duas regiões, estamos nos direcionando para a África, um território que já conhecemos bem. Somos especialistas em turbiditos, encontramos essas rochas na Margem Equatorial, em Pelotas e também na África. Estamos dando os primeiros passos nesse continente, mas sempre considerando que nossa prioridade é o Brasil.”