Diretor de Paris 2024 nega inspiração em “Última Ceia”

De acordo com análises feitas por usuários online, há indícios de que a cena em questão pode ter sido inspirada na obra “A Festa dos Deuses”, do renomado pintor holandês Jan Harmensz van Bijlert. Essa conexão traz uma nova perspectiva para a interpretação da cena, evidenciando influências artísticas que dialogam entre si ao longo da história da arte.

Para homenagear a moda francesa foi criado um desfile em que drag queens representaram uma paródia do quadro “A Última Ceia”, de Leonardo da Vinci Reprodução: https://www.cnnbrasil.com.br

O diretor artístico da abertura dos Jogos Olímpicos, Thomas Jolly, esclareceu que a presença de drag queens na cerimônia não foi inspirada no quadro “A Última Ceia”, de Leonardo Da Vinci, como especulado, mas sim em Dionísio, deus grego associado ao vinho e às festas. Em entrevista à emissora francesa BMF TV, Jolly destacou que a figura de Dionísio foi a verdadeira fonte de inspiração para o episódio polêmico que gerou controvérsias entre a Igreja Católica e a extrema-direita francesa.

Segundo o diretor, a intenção era retratar Dionísio como o deus da festa e do vinho, participando de uma grande celebração ligada aos deuses do Olimpo, em oposição a qualquer desrespeito religioso. Jolly enfatizou que seu objetivo era promover uma cerimônia que buscasse curar, reconciliar e reafirmar os valores da República. A polêmica tomou proporções significativas, com vozes tanto de apoio quanto de crítica em relação à representação apresentada.

A porta-voz de Paris 2024, Anne Descamps, reiterou em coletiva de imprensa que a organização dos Jogos Olímpicos não tinha a intenção de ofender ninguém, mas sim celebrar a diversidade e promover a tolerância na sociedade. Embora tenha afirmado que a cerimônia buscou atingir essa ambição, Descamps lamentou caso alguém se sentisse ofendido com a interpretação da cena.

Desde sexta-feira, parte do público expressou a opinião de que a inspiração para a cena poderia ter vindo do quadro “A Festa dos Deuses”, de Jan Harmensz van Bijlert, o que gerou ainda mais debate sobre a representação artística e suas interpretações. A presença de drag queens, uma modelo transgênero e um cantor nu como Dionísio causou reações intensas, com críticas da Igreja Católica e de políticos de extrema-direita, mas também com elogios de defensores da mensagem de tolerância.

A Igreja Católica na França expressou seu descontentamento com a encenação, caracterizando-a como uma forma de escárnio e zombaria do cristianismo, enquanto políticos de extrema-direita manifestaram suas críticas nas redes sociais. As reações contrárias à representação artística na abertura dos Jogos Olímpicos evidenciaram as divisões existentes na sociedade francesa e internacional em relação a valores, crenças e liberdade de expressão.

Dessa forma, a abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 não apenas marcou o início da competição esportiva, mas também desencadeou debates e reflexões sobre arte, religião, tolerância e liberdade artística. As divergências de opinião ilustram a complexidade e a diversidade de perspectivas presentes na sociedade contemporânea, revelando a importância do diálogo e do respeito mútuo em meio a diferentes pontos de vista.

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