Desigualdade no acesso ao saneamento básico no Brasil

Levantamento aponta disparidades na prestação de serviços de água e esgoto conforme a renda

Maior parte das famílias mais pobres sofre com problemas de saneamento básico - Foto: Arquivo Reprodução: https://www.cartacapital.com.br/

Um levantamento divulgado pela Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon-Sindcon) revelou que a falta de saneamento básico afeta diretamente a parcela mais vulnerável da população brasileira. De acordo com o Panorama da Participação Privada no Saneamento, 75,3% das pessoas sem acesso à rede de água e 74,5% daqueles sem conexão à rede de coleta de esgoto têm uma renda de até um salário mínimo.

Esse cenário contrasta com a realidade das camadas mais privilegiadas da sociedade, onde mais de 90% das pessoas com renda acima de cinco salários mínimos têm acesso tanto à coleta de esgoto quanto ao fornecimento de água. Os dados evidenciam a profunda desigualdade no acesso aos serviços básicos de saneamento no país.

A universalização do saneamento, prevista para 2033 conforme o marco legal do setor, ainda representa um grande desafio. Embora o Marco Legal do Saneamento, em vigor há quatro anos, tenha impulsionado investimentos e avanços significativos, a diretora executiva da Abcon Sindcon, Christianne Dias, ressalta que é fundamental considerar o saneamento como uma prioridade nacional, inclusive no contexto da reforma tributária. O caminho rumo à universalização dos serviços de água e esgoto demanda não apenas investimentos, mas também políticas públicas eficazes que reduzam as disparidades existentes e garantam o acesso equitativo a todos os cidadãos brasileiros.

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