Desembargador do TJPR causa polêmica ao afirmar que ‘mulheres estão loucas atrás de homens’

Desembargador Luís César de Paula Espíndola é condenado por lesão corporal em violência doméstica

Desembargador Luís César de Paula Espíndola , do TJPR Reprodução: https://www.cnnbrasil.com.br

O desembargador Luís César de Paula Espíndola, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), gerou polêmica ao declarar durante uma audiência que ‘as mulheres estão loucas atrás de homens’. A declaração foi feita no contexto do julgamento de um caso envolvendo uma menor que se sentiu assediada por um professor. Espíndola justificou sua posição alegando que não queria prejudicar a vida do professor em questão.

A adolescente relatou que o professor teria enviado mensagens com elogios, piscadelas e olhares maliciosos durante as aulas, o que a deixou desconfortável a ponto de se esconder no banheiro para evitar a disciplina. Diante desse relato, o desembargador não concordou em condenar o acusado, afirmando que se tratava apenas do ego adolescente da jovem.

Durante a audiência, Espíndola foi confrontado por uma desembargadora que criticou suas alegações, sendo rebatida pelo desembargador que classificou seus argumentos como ‘discurso feminista’. Ele ainda afirmou que, nos dias atuais, as mulheres estão em busca de homens, citando a escassez masculina como justificativa. Segundo ele, as mulheres estariam ‘loucas para levar um elogio, uma piscada, uma cantada educada’.

Além dessa polêmica, o desembargador já havia sido condenado no ano de 2023 por lesão corporal em violência doméstica contra sua irmã e mãe. O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou sua pena de quatro meses e 20 dias de detenção, porém, ele cumpriu em regime aberto e foi proibido de se aproximar das vítimas.

Espíndola emitiu uma nota após a repercussão de suas declarações, alegando que não teve intenção de menosprezar o comportamento feminino e que sempre defendeu a igualdade entre homens e mulheres. Tanto o Tribunal de Justiça do Paraná quanto a Ordem dos Advogados do Brasil do Estado se posicionaram sobre o caso, repudiando as declarações do desembargador. Uma investigação preliminar foi aberta e o desembargador terá um prazo para se manifestar sobre o ocorrido. Ambas as instituições destacaram não compactuar com opiniões discriminatórias ou depreciativas.

A OAB-PR manifestou repúdio não apenas pelo aspecto misógino das declarações de Espíndola, mas também por considerá-las homofóbicas ao abordar questões relacionadas aos relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo. Espera-se que medidas disciplinares e éticas sejam tomadas diante do caso, visando resguardar a dignidade e a honra de todas as mulheres.

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