Deputada relata ameaça de morte e racismo à polícia
Um e-mail ameaçador enviado à deputada Talíria Petrone alega que ela “vai ficar furada como Marielle” caso não deixe a política. A parlamentar considerou a mensagem como uma tentativa de intimidação. O jornal ‘Estadão’ buscou a polícia para investigar a situação e aguarda por mais informações.
A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ), que é pré-candidata à prefeitura de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, tomou uma atitude importante na tarde desta terça-feira, 30. Ela registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Rio após ter sido ameaçada de morte e ter recebido mensagens com conteúdo misógino e racista através de seu e-mail institucional
As ameaças foram enviadas ao e-mail institucional da deputada na Câmara dos Deputados na sexta-feira, 26. Sua equipe tomou conhecimento do conteúdo na segunda-feira, 29, e decidiu procurar as autoridades no dia seguinte. Além do registro do boletim de ocorrência, Talíria Petrone irá se reunir com representantes do Ministério Público Federal (MPF) e com o chefe da Polícia Civil do Rio, delegado Marcus Vinícius Amim Fernandes, para tratar sobre o caso. O Estadão entrou em contato com a polícia em busca de mais informações
A parlamentar relatou em suas redes sociais o teor das ameaças recebidas: “A minha assessoria me informou sobre uma grave ameaça por conta da minha atuação política que chegou nos nossos e-mails institucionais. É realmente muito impactante. O criminoso disse, textualmente, ‘Talíria Petrone, sua macaca fedorenta, a milícia tem que te colocar no caixão. Se você não renunciar ao seu mandato de deputada e a sua candidatura à prefeita de Niterói e abandonar a política, eu vou te matar’. Ele cita o endereço do meu gabinete, detalhes da minha rotina, da nossa pré-campanha à prefeita e, como se não bastasse, cita nominalmente cada um dos meus filhos”
No e-mail recebido, o criminoso menciona dados pessoais da deputada e faz insultos racistas e ameaças. Talíria Petrone reforçou que já sofreu ameaças anteriormente e que, devido a isso, precisa se locomover com veículos blindados e com escolta parlamentar. Ela ressaltou a importância de manter a paz na política e destacou que a violência não tem espaço nesse contexto. Mesmo diante das intimidações, a deputada afirmou que não permitirá que isso a afaste de suas atividades políticas e dos compromissos que assumiu
Essa não foi a primeira vez que a parlamentar foi alvo de ameaças. Em 2019, a Polícia Federal teve acesso a informações obtidas na chamada dark web que indicavam a elaboração de um plano contra a deputada desde 2018. Talíria Petrone passou a ser acompanhada por agentes da Polícia Legislativa em Brasília como medida preventiva
Diante dessas circunstâncias, a deputada enfatizou que as ameaças fazem parte de uma estratégia de intimidação e desestabilização, especialmente considerando o período eleitoral que se aproxima. Ela ressaltou que não se deixará abalar pelas tentativas de intimidação e seguirá firme com sua atuação política, sem recuos.