Delegada relata agressões do ex-marido com cinto
A ex-chefe de uma delegacia, Juliana Domingues, revelou que foi vítima de abusos constantes durante sua gestão e sentiu a necessidade de formalizar uma denúncia para trazer à tona essa situação.
A delegada Juliana Domingues, responsável pela Delegacia de Atendimento à Mulher de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, tornou público que sofreu seguidos episódios de agressões por parte de seu ex-marido, o tenente-coronel da Polícia Militar Carlos Eduardo da Costa, entre os anos de 2021 e 2022. Em relato verídico em suas mídias sociais, no último domingo, 1º de setembro, Juliana revelou detalhes traumáticos desse período.
Nas palavras da própria delegada, ela foi submetida a agressões físicas e psicológicas, iniciadas durante a lua de mel e se prolongando ao longo do relacionamento. Relatos indicam que o ex-marido demonstrava ciúmes excessivo e a controlava de maneira insidiosa, chegando ao ponto de exigir que ela compartilhasse sua localização em tempo real quando estava de plantão.
Os relatos de Juliana apontam para um comportamento extremamente violento por parte de Carlos Eduardo, que não poupava esforços para humilhá-la, inclusive perante seu próprio filho. Em um dos momentos mais chocantes, ele a estuprou e, ao término do ato, a pressionou para continuar com seus compromissos, como se nada tivesse ocorrido.
Após três dias desse episódio traumático, Juliana tomou a corajosa decisão de denunciar o ex-companheiro, dando início a um processo que culminou na aceitação de uma denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro, em agosto de 2023. Nessa denúncia, Carlos Eduardo foi acusado de dois estupros contra a ex-mulher, além de lesão corporal e violência psicológica.
A delegada enfatiza a importância de compartilhar sua história como forma de encorajar outras mulheres que estejam passando por situações semelhantes, destacando a existência de redes de apoio e a necessidade de romper o ciclo de violência. Juliana destaca que muitas mulheres se sentem envergonhadas e com medo de denunciar, mas ressalta que a violência contra a mulher é crime, punível por lei.
Ao testemunhar qualquer forma de agressão contra mulheres, é fundamental denunciar. Existem canais de suporte disponíveis, como o telefone de emergência 190 ou o Disque 180, bem como delegacias especializadas. A conscientização e a solidariedade são essenciais para combater esse tipo de violência e proteger os direitos das vítimas. É fundamental que todas as pessoas se mobilizem para criar uma sociedade mais justa e segura para todas.