Ciro Gomes critica inquéritos de Moraes no STF

Um ex-candidato à presidência da República fez duras críticas à forma como estão sendo conduzidas as investigações relacionadas às notícias falsas e às milícias digitais, que estão sendo relatadas pelo ministro Alexandre de Moraes.

Ciro Gomes, ex-ministro e ex-governador Foto: Fabio Motta/Estadão / Estadão Reprodução: https://www.terra.com.br/

O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) fez duras críticas, nesta quarta-feira, 21, à condução dos inquéritos criminais pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo Ciro, o magistrado estaria cometendo erros que poderiam resultar na garantia de impunidade para os criminosos.

Em um vídeo publicado em sua conta no Instagram, Ciro Gomes não poupou críticas ao uso do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para obtenção de provas fora do rito estabelecido no contexto do inquérito das fake news e milícias digitais, conforme revelado em reportagem do jornal Folha de S. Paulo em 12 de agosto. Além disso, o ex-governador questionou toda a condução das investigações realizadas pelo relator desde a abertura do inquérito das fake news em 2019.

Ciro Gomes utilizou uma analogia com o futebol para ilustrar suas críticas a Alexandre de Moraes, apontando que o ministro estaria atuando como parte interessada, relator e juiz dos inquéritos. O ex-presidenciável afirmou que a atuação simultânea nessas diferentes funções comprometeria a isenção e o distanciamento necessários para garantir a imparcialidade.

Para Ciro, a duração prolongada do inquérito das fake news é irregular, e os envolvidos já deveriam ter sido julgados. A falta de um prazo definido para conclusão da investigação, na visão do ex-governador, poderia levar à impunidade dos envolvidos. Segundo ele, desde 2019, Alexandre de Moraes estaria prolongando o inquérito de forma interminável, o que, em sua opinião, poderia resultar na impunidade dos malfeitores.

Ciro Gomes também criticou a abertura do inquérito, feita pelo então presidente do STF, Dias Toffoli, que designou Moraes como relator. O ex-presidenciável considerou a situação como mais um aspecto que prejudica o devido processo legal. Ele apontou que a troca de mensagens revelada pela imprensa sobre a solicitação de relatórios contra os alvos da investigação fora do rito oficial é mais um fator que poderia comprometer o processo legal.

No entendimento de Ciro Gomes, as alegações de Moraes sobre a necessidade de solicitações fora do rito oficial enfraquecem a autoridade necessária para a justiça perante a opinião pública. Para ele, a conduta do ministro poderia levar a um enfraquecimento da confiança da população brasileira no sistema judicial.

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