China investe em tecnologia para equilibrar centralismo e livre mercado

Segundo representantes do Partido Comunista da China, a crescente digitalização e informatização são tendências inevitáveis que impactam diretamente o cenário trabalhista. Nesse sentido, apontam que os trabalhadores precisarão buscar novas formas de garantir sua inserção e estabilidade no mercado de trabalho, considerando as mudanças que se apresentam.

Ajuste fino. O Partido Comunista continua a consolidar a “economia socialista de mercado”, contra os equivocados prognósticos ocidentais – Imagem: iStockphoto e Nicolas Asfouri/AFP Reprodução: https://www.cartacapital.com.br/

Hongqi é uma vila rural na China, com cerca de 3 mil habitantes, que subsiste principalmente da agricultura de frutas, como o pomelo, e do turismo local. Durante os meses de julho e agosto, período de verão, o vilarejo recebe um festival de cerveja, com diversas variedades da bebida originárias de Sichuan, do estado de Hongqi e referentes aos pandas locais. Os visitantes contribuem com cerca de 30% da renda anual da vila, estimada em 32 mil yuans, aproximadamente 25 mil reais. Recentemente, a prefeitura finalizou a construção de uma estrada asfaltada, obra que foi solicitada pelos moradores durante suas reuniões conhecidas como “conversas de jardim”, onde também foi decidido um esquema rotativo para as famílias cuidarem da limpeza da vila, sem necessidade de intervenção do Poder Público, devido à falta de recursos.

As assembleias e decisões tomadas em comunidade são consideradas pelos chineses como forma de demonstrar democracia, um conceito que muitas vezes não é associado à China no Ocidente. O presidente Xi Jinping, antes de assumir seu cargo, teve experiências como líder comunitário e participou ativamente em reuniões semelhantes. Na China, o processo de eleição envolve votação direta da base, onde os representantes dos comitês locais e distritais são eleitos por sufrágio popular. A partir dos representantes municipais, a eleição segue um sistema indireto, com os distritais elegendo os municipais, que por sua vez escolhem o prefeito e os membros dos comitês estaduais, responsáveis por eleger o governador e representantes na Assembleia Nacional, que por fim elegem líderes como Jinping.

Durante uma importante reunião em julho, o Comitê Central do Partido Comunista da China reafirmou a busca pela “qualidade” do crescimento econômico, com foco em aumentar o bem-estar social e promover a transição ecológica. Desde as reformas lideradas por Deng Xiaoping na virada das décadas de 70 e 80, a China passou por um intenso crescimento econômico, tornando-se a segunda maior economia do mundo em 2010, atrás apenas dos Estados Unidos. A busca pela qualidade do crescimento, sem metas numéricas específicas para o PIB, reflete uma mudança de foco e a preocupação com a sustentabilidade ambiental.

A China contemporânea se destaca pela intensa verticalização de suas cidades, como Pequim, Wuhan e Chengdu, que exibem uma infraestrutura moderna, com lojas de marcas ocidentais, shoppings, prédios comerciais e residenciais imponentes. O transporte público eficiente, incluindo metrôs e ônibus automatizados, contribuem para a mobilidade urbana, enquanto a tecnologia digitalizada impulsiona setores como o turismo e a agricultura, facilitando a vida cotidiana dos cidadãos. A aposta da China na tecnologia e inovação tem resultado em avanços significativos em áreas de ponta, como Inteligência Artificial e tecnologia 5G.

A adesão ao Partido Comunista Chinês é um processo rigoroso e envolve uma série de etapas, refletindo a importância e a influência do partido na sociedade chinesa. Com cerca de 98 milhões de membros, o PCCh desempenha um papel central na política e no governo do país, orientando decisões e diretrizes em diversas áreas. A forte presença do partido é evidenciada em diversos setores, como na mídia, onde os veículos estatais desempenham um papel crucial na disseminação de informações e ideais alinhados aos princípios marxistas-leninistas.

A China, sob a liderança do PCCh, tem passado por transformações profundas, combinando tradições milenares com avanços tecnológicos e econômicos significativos. A busca por um crescimento de qualidade, aliado à preocupação com o meio ambiente e a inclusão social, reflete a evolução do modelo chinês, que tem se consolidado como uma potência global. A presença marcante do partido, a ênfase na inovação e a busca pela felicidade e bem-estar da população são características distintivas do sistema político e social chinês.

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