Caixa mira mercado de apostas, informa presidente
O empresário Carlos Vieira oficializou a solicitação de autorização para atuar no mercado de apostas esportivas pela internet. A expectativa é de que o banco público se destaque e se consolide como uma das principais empresas atuantes nesse ramo, caso obtenha a licença necessária.
Essa movimentação sinaliza a entrada de mais um concorrente de peso no setor, o que pode impactar positivamente a competitividade e inovação nesse mercado em expansão.
A Caixa Econômica Federal está se preparando para ingressar no promissor mercado de apostas esportivas online, conhecidas como “bets”, no Brasil. A decisão foi comunicada pelo presidente da instituição, Carlos Vieira, que expressou o interesse da Caixa em participar desse segmento em forte ascensão no país. Durante a apresentação dos resultados financeiros do segundo trimestre, Vieira ressaltou que o mercado brasileiro tem potencial para crescer significativamente nessa área e que a Caixa já tomou medidas para viabilizar sua atuação.
A instituição financeira já formalizou um pedido de autorização ao Ministério da Fazenda para operar no mercado de apostas esportivas online, juntando-se a mais de cem empresas que buscam essa permissão. Conhecida por seu monopólio na exploração dos jogos lotéricos no Brasil, as Loterias Caixa arrecadaram 12,3 bilhões de reais no primeiro semestre deste ano, o que representa um notável crescimento de 19% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Carlos Vieira projetou que a entrada no mundo das apostas esportivas online poderia possibilitar à Caixa obter cerca da metade da receita atual proveniente das loterias, o que equivale a mais de 6 bilhões de reais. Apesar de possuir 3,3 mil pontos físicos em todo o país, a estratégia da Caixa é competir diretamente com os operadores de apostas esportivas, inclusive considerando a possibilidade de atuar com jogos online, os chamados e-Games.
Vieira destacou a preocupação social da Caixa ao mencionar que parte significativa da arrecadação das loterias é destinada a programas de assistência para a população necessitada. Com a natureza pública do banco, o presidente ressaltou que a instituição é uma parceira fundamental da sociedade brasileira. Enquanto o país trabalha na regulamentação do setor, a partir de 2025 empresas que atuarem sem autorização estarão sujeitas a multas, e uma recente portaria do Ministério da Fazenda estabelece uma taxa de outorga de 30 milhões de reais, válida por cinco anos.
Além disso, a disseminação das apostas tem despertado preocupações em relação ao vício, com impactos financeiros consideráveis nas famílias de baixa renda. Este cenário reflete a necessidade de uma regulamentação cuidadosa e de medidas de conscientização sobre os possíveis riscos associados às apostas esportivas online, aspectos que certamente estarão presentes nas discussões futuras sobre o tema.