Brasil terá o segundo maior déficit nominal global em 2025, aponta pesquisa do BTG
Segundo projeções econômicas, a dívida pública líquida do Brasil está prevista para atingir 70,4% do Produto Interno Bruto até o término de 2026, alcançando assim o seu maior índice desde o ano de 2003. Esse dado reflete a preocupação com a sustentabilidade das contas do governo e indica a necessidade de políticas fiscais mais eficazes para controlar o endividamento do país.
O Brasil se destaca como um dos países com maiores déficits nominais do mundo para os anos de 2024 e 2025, conforme aponta um relatório divulgado pelo BTG Pactual. Esse cenário coloca o país em um patamar significativamente superior em relação às demais economias emergentes. No final de 2023, o déficit nominal brasileiro atingiu 8,8% do PIB, posicionando-o como o segundo maior do mundo, perdendo apenas para a Bolívia. As projeções do BTG para os próximos anos indicam que o Brasil manterá essa posição, com previsões de déficits nominais de 7,8% e 8,6% para 2024 e 2025, respectivamente.
Comparando com seus pares da América Latina, o Brasil se destaca negativamente por ser o único país que tende a aumentar seu déficit nominal entre 2024 e 2025. Enquanto nações como México, Chile, Colômbia e Peru devem apresentar déficits abaixo de 4% do PIB no próximo ano, a projeção média de déficit nominal para o governo brasileiro no período de 2023 a 2026 é de 8,2% do PIB, conforme aponta o BTG Pactual.
Embora o Brasil tenha cumprido as regras fiscais em 2024, segundo a instituição financeira, a dívida pública do país ainda apresenta uma trajetória de crescimento contínuo para os próximos anos. As projeções do BTG indicam que, até o final de 2026, a dívida pública bruta do Brasil pode atingir 86% do PIB, enquanto a dívida líquida deve chegar a 70,4%. Tais números representam recordes em relação ao PIB: desde 2020, a dívida pública bruta não ultrapassava os 86%, e desde 2003 a dívida líquida não atingia o patamar previsto.
O BTG Pactual também comentou sobre o pacote fiscal anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no segundo semestre do ano anterior. Segundo a análise da instituição, as medidas propostas estão aquém do esperado e não dissipam o risco de mudanças estruturais até 2026. Conforme as previsões do BTG, o impacto fiscal das medidas será menor do que o estimado pelo governo, com projeções de R$ 46 bilhões em dois anos e R$ 242 bilhões até 2030, enquanto o governo prevê valores mais altos, R$ 71,9 bilhões e R$ 327 bilhões, respectivamente, no mesmo período.