Aumento do Turismo Preocupa Moradores Europeus

O verão europeu de 2024 está sendo marcado por um aumento significativo no número de turistas, resultando em desafios tanto para os visitantes quanto para os moradores locais. No segundo trimestre deste ano (2024), as chegadas internacionais cresceram 6% em comparação com 2019, conforme relatado pelo comitê de turismo da Comissão Europeia. Esta alta demanda tem gerado impactos negativos em diversas localidades, levando a cenários de superlotação e insatisfação da comunidade local.

Camila Guzmán, uma moradora de 32 anos de Palma, na ilha de Mallorca, desabafou na web” Os turistas estão invadindo nossa região, e a situação está fora de controle”. Em julho, houveram mais de 50 mil manifestações na cidade devido aos preços elevados e as condições de vida insustentáveis para os habitantes locais. O fenômeno não se restringe apenas a Mallorca, sendo observado em diversas regiões da Europa.

Os cidadãos europeus têm relatado a ocorrência de comportamentos considerados desrespeitosos por parte dos turistas, além da insatisfação com a expansão acelerada da construção de novos empreendimentos hoteleiros. Medidas emergenciais foram adotadas recentemente, em lugares como Île-de-Bréhat, uma pequena ilha francesa, com apenas 400 habitantes, local em que foi estabelecido limite de 4700 visitantes por dia.

Para amenizar os problemas decorrentes do turismo massivo, diversas cidades e regiões têm implementado ações específicas. Em Sevilla, por exemplo, a prefeitura obteve autorização judicial para fiscalizar e interromper o fornecimento de água em aluguéis de temporada considerados ilegais. Em Barcelona, a pressão popular tem exigido uma revisão do modelo turístico adotado pela cidade.

Em Atenas, as altas temperaturas e a escassez de água agravaram a situação, levando ao fechamento da cidade nos horários mais quentes para proteger tanto os turistas quanto o patrimônio histórico. Na cidade de Santorini, protestos em julho refletiram a insatisfação dos residentes com o turismo de massa.

Outras cidades europeias têm buscado soluções enérgicas para lidar com os impactos negativos do excesso de turismo. Em Veneza, uma taxa de entrada de 5 euros foi implementada para reduzir a superlotação. Já Amsterdã estabeleceu um limite anual de 20 milhões de visitantes e aumentou os impostos turísticos. A cidade também restringiu o número de cruzeiros, proibiu a construção de novos hotéis e intensificou o controle sobre os comportamentos inadequados dos visitantes. As medidas buscam conciliar a recepção aos turistas com a preservação da qualidade de vida dos residentes locais, em um cenário em que o turismo exerce um papel cada vez mais relevante na economia europeia.