Ataques Houthi no Mar Vermelho preocupam indústria e causam instabilidade no comércio marítimo
Militantes do Iêmen afundam segundo navio e indústria marítima pede por intervenção
Os recentes ataques do grupo Houthi no Mar Vermelho têm gerado grande preocupação na indústria marítima, que agora pede por uma intervenção para garantir a segurança das rotas comerciais. Após o segundo naufrágio de um cargueiro nesta semana, pelo menos três marinheiros já foram mortos, e teme-se que haja mais vítimas.
As associações marítimas, incluindo a Câmara Internacional de Navegação e o Conselho Mundial de Navegação, fizeram um apelo aos governos com influência na região para que ajam e impeçam esses ataques, que vêm impactando significativamente o tráfego marítimo e global. Desde o final do ano passado, a região vem sofrendo com a interrupção das atividades comerciais, causando aumento nos custos de transporte e congestionamento nos portos da Ásia e da Europa.
A situação se agravou com os ataques do grupo Houthi, que resultaram não apenas em perdas humanas, mas também em graves perturbações no comércio marítimo. Navios de grandes empresas, como Maersk e Hapag Lloyd, têm sido obrigados a buscar rotas alternativas, contornando o extremo sul da África, o que elevou significativamente os custos de frete. Somente na semana até 13 de junho, o custo de transporte de um contêiner de 40 pés em rotas Leste-Oeste atingiu US$ 4.801, um aumento de 202% em relação ao ano anterior, segundo a consultoria Drewry.
Além do impacto financeiro, os ataques Houthi têm gerado atrasos e cancelamentos nos portos de Singapura, Malásia, Xangai e Barcelona, o que tem afetado o cronograma de viagens e causado prejuízos às empresas. A Maersk, por exemplo, teve que aumentar temporariamente suas taxas extras para lidar com a situação.
Para Judah Levine, chefe de pesquisa da empresa de logística Freightos, os ataques Houthi continuarão a impactar o comércio marítimo, tornando o Mar Vermelho uma rota insegura para a navegação. A expectativa é de que o congestionamento nos portos e os altos custos de frete persistam, o que pode levar as empresas a anteciparem suas movimentações e desencadear escassez de produtos durante a alta temporada de compras. A insegurança na região preocupa não só as empresas, mas também a comunidade internacional, que teme pela estabilidade do comércio global.