Assessor de Biden irá à China na semana que vem
Jake Sullivan fará a primeira visita de um assessor de segurança nacional dos Estados Unidos à China desde 2016.
Jake Sullivan, assessor de segurança nacional do presidente Joe Biden, está programando uma viagem à China na próxima semana, em uma iniciativa para reduzir as tensões entre os países. A Casa Branca anunciou nesta sexta-feira, 23, que Sullivan estará em Pequim nos dias 27 a 29 de agosto, marcando a primeira visita de um assessor de segurança nacional americano ao país desde 2016. Ainda que autoridades de alta patente, como o chefe de diplomacia Antony Blinken, não tenham realizado uma visita semelhante nos últimos anos.
A viagem de Sullivan ocorre em um momento crucial, a apenas dois meses e meio das eleições nos Estados Unidos. Há expectativas em relação à postura da vice-presidente Kamala Harris, potencial candidata para suceder Biden, que pode adotar uma abordagem de diálogo com a China, mantendo um nível de pressão. Por outro lado, o rival republicano, Donald Trump, defende uma postura mais rígida em relação à China, levantando a possibilidade de um confronto global de grandes proporções.
Um representante do governo afirmou aos jornalistas que, apesar das negociações em curso, a administração Biden considera o relacionamento com a China como “intensamente competitivo”. Destacou-se o compromisso em investir, fortalecer parcerias e avançar em tecnologia e segurança interna, ao mesmo tempo em que são mantidas as restrições a transferências de tecnologia dos EUA para a China, implementadas durante a gestão Biden.
No entanto, ressaltou-se a importância de gerir essa competição de maneira responsável, evitando que se transforme em um conflito aberto. O representante não especificou as expectativas dos EUA em relação à viagem de Sullivan, na qual está previsto um encontro com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, para discutir as preocupações de Washington sobre o apoio chinês à expansão do setor de defesa da Rússia desde a invasão da Ucrânia.
Pequim alega que, contrariamente aos EUA, não fornece armas diretamente para nenhum dos lados em conflitos. Além disso, Sullivan deverá abordar com Wang questões relacionadas à Coreia do Norte e ao Oriente Médio, onde a China criticou o apoio dos EUA a Israel. Os Estados Unidos também buscarão o auxílio de Pequim para conter as atividades do Irã na região.