Solidão crônica e risco de AVC em adultos mais velhos

Estudo analisou a relação entre solidão crônica e o risco de AVC em adultos acima de 50 anos

A solidão vem deixando de ser vista como um problema pessoal para se tornar uma questão de saúde pública Reprodução: https://www.cnnbrasil.com.br

Um novo estudo liderado pela Escola de Saúde Pública T.H. Chan, da Universidade de Harvard, apontou que a solidão crônica pode aumentar significativamente o risco de acidente vascular cerebral (AVC) em adultos mais velhos. A pesquisa, publicada na revista eClinicalMedicine, acompanhando adultos com mais de 50 anos ao longo de 12 anos, revelou que aqueles que experimentaram solidão crônica tiveram um risco 56% maior de AVC em comparação com aqueles que não se sentiram sozinhos.

Os resultados indicam que a solidão situacional não apresentou o mesmo risco elevado de AVC, sugerindo que o impacto da solidão na saúde cardiovascular ocorre principalmente a longo prazo. A autora principal do estudo, Yenee Soh, destacou a importância crescente de considerar a solidão como um problema de saúde pública, alertando para os efeitos significativos que ela pode ter no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como o AVC, uma das principais causas de incapacidade e mortalidade em todo o mundo.

O estudo utilizou dados do Health and Retirement Study (HRS) entre 2006 e 2018, onde mais de 12 mil participantes com mais de 50 anos, sem histórico de AVC, responderam a perguntas sobre solidão. Os participantes foram divididos em grupos com base nas pontuações de solidão ao longo do período de pesquisa, permitindo aos pesquisadores analisar a associação entre os níveis de solidão e o risco de AVC.

Os resultados revelaram uma clara ligação entre a solidão crônica e um maior risco de AVC, especialmente entre os participantes que apresentavam uma pontuação consistentemente alta de solidão ao longo dos anos. Os dados mostraram que participantes considerados solitários no início do estudo apresentaram um risco 25% maior de AVC em comparação com aqueles não considerados solitários. Já aqueles que relataram solidão em dois momentos, com uma pontuação constantemente alta, tiveram um risco 56% maior de AVC.

Os pesquisadores destacam a importância de identificar e lidar com a solidão crônica, ressaltando que intervenções direcionadas a essa questão podem ser cruciais na prevenção de doenças cardiovasculares, como o AVC. Avaliações repetidas da solidão também foram apontadas como essenciais para identificar aqueles que estão em maior risco.

No entanto, os pesquisadores observaram a necessidade de mais estudos para analisar as mudanças na solidão a curto prazo e a longo prazo, a fim de compreender profundamente a relação entre a solidão e o AVC. Eles também ressaltam que os resultados do estudo se limitam a adultos de meia-idade e idosos, não sendo generalizáveis para pessoas mais jovens.

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