Imagem do James Webb revela pinguim e ovo no espaço

Um intrigante fenômeno cósmico ocorre quando duas galáxias, com massas equivalentes, se aproximam e são capturadas por uma atração gravitacional mútua, iniciando assim uma dança cósmica sem fim. Esse processo de fusão gradual pode levar à formação de uma única galáxia, resultante da combinação das duas originais. A experiência única e grandiosa de observar esse espetáculo cósmico nos lembra da vastidão e complexidade do universo, repleto de eventos impressionantes e belos.

Galáxias nomeadas como Pinguim e Ovo estão presas em uma dança eterna até que se tornem uma só Reprodução: https://www.cnnbrasil.com.br

O Telescópio Espacial James Webb, em celebração ao seu segundo aniversário, registrou uma nova e deslumbrante visão cósmica de duas galáxias apelidadas de Pinguim e Ovo, numa espécie de dança cósmica no espaço sideral. Lançado no final de 2021, o telescópio Webb compartilhou suas primeiras observações científicas em meados de julho de 2022, surpreendendo a todos com visões sem precedentes do universo em comprimentos de onda de luz invisíveis ao olho humano, como o infravermelho. Essa capacidade permitiu ao Webb enxergar através de gás e poeira que, normalmente, seriam obstáculos para localizar galáxias distantes, detectar moléculas em exoplanetas e destacar sutilezas em explosões estelares.

Bill Nelson, administrador da Nasa, destacou a importância das imagens fornecidas pelo Telescópio Espacial James Webb, provenientes dos confins do cosmos, que remontam quase ao início dos tempos. Essas imagens têm impulsionado novas descobertas sobre o universo, inspirando cientistas, astrônomos e exploradores a se aprofundar ainda mais nesse vasto desconhecido. Nesse contexto, o Webb utilizou seus instrumentos científicos para retratar detalhadamente as galáxias Pinguim e Ovo, também conhecidas como Arp 142, situadas a cerca de 326 milhões de anos-luz de distância da Terra, na constelação de Hydra.

Ao combinar observações em luz infravermelha próxima e média, o Telescópio Espacial James Webb revelou uma nebulosa azul, que representa uma mistura de estrelas e gás, evidenciando a conexão entre as duas galáxias. Com aproximadamente 100.000 anos-luz de distância entre elas, as galáxias Pinguim e Ovo apresentam uma proximidade considerável no contexto astronômico. Estima-se que essas galáxias interagiram pela primeira vez entre 25 e 75 milhões de anos atrás e continuam sua dança cósmica, girando uma em torno da outra, culminando, eventualmente, na fusão em uma única galáxia daqui a milhões de anos.

O registro dessas galáxias pelo Telescópio Espacial Hubble, em 2013, em luz visível, já havia proporcionado uma visão inicial do Pinguim e do Ovo. Porém, as novas imagens capturadas pelo Webb revelam detalhes nunca antes observados, especialmente através do infravermelho. O Pinguim, inicialmente descrito como espiral, teve sua aparência modificada ao longo do tempo devido às interações com a galáxia Ovo, resultando em uma configuração que se assemelha a um pinguim guardando um ovo, com um centro que lembra um olho, braços desenrolados e características em formato de bico, cabeça, espinha dorsal e cauda em leque.

A interação gravitacional entre as duas galáxias provocou a formação de áreas de intensa atividade de formação estelar no Pinguim, representadas como “penas” na cauda e um “peixe” no bico. Essas regiões, compostas por material esfumaçado contendo moléculas de carbono e poeira, são indicativas dos efeitos dessa dança cósmica. Enquanto a galáxia Ovo, de formato oval, preservou sua estrutura original, caracterizada por estrelas envelhecidas e menor presença de gás e poeira, o Pinguim não ultrapassou sua vizinha devido à semelhança em massa entre ambas.

O impacto do Telescópio Espacial James Webb na exploração do universo tem sido notável, proporcionando uma nova era de estudos e descobertas sobre o cosmos. A expectativa é de que o Webb continue sua missão por pelo menos duas décadas, desvendando mistérios e inspirando novas gerações a desbravar os limites do conhecimento cósmico, conforme ressaltado por Mark Clampin, diretor da Divisão de Astrofísica da Nasa. Com a capacidade de possibilitar pesquisas de ponta e revelar imagens cativantes, o Webb representa um marco na compreensão do universo e na incessante busca por respostas para os enigmas cósmicos que nos rodeiam.

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