Ucrânia rejeita proposta de paz da Hungria baseada em narrativa russa.

O Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia e o chanceler húngaro se reuniram nesta quarta-feira para discutir questões diplomáticas entre os dois países. O encontro foi marcado por conversas produtivas e busca por soluções em comum para fortalecer as relações bilaterais. A reunião entre as autoridades demonstra a importância do diálogo e da cooperação internacional na busca por um entendimento mútuo e pela promoção da paz e estabilidade na região.

Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba Reprodução: https://www.cnnbrasil.com.br

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, transmitiu ao seu colega húngaro, Peter Szijjarto, a posição de que é fundamental que qualquer esforço para encerrar o conflito em solo ucraniano não seja baseado em versões distorcidas da Rússia.

O diálogo entre os dois líderes, ocorrido em Washington nesta quarta-feira (10), aconteceu paralelamente à realização da Cúpula da Otan. O encontro sucedeu a uma série de acontecimentos, incluindo a visita do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, a Kiev, Moscou e Pequim, que ele descreveu como uma “missão de paz”. Orbán, conhecido por sua postura contrária ao fornecimento de ajuda militar à Ucrânia, sugeriu durante sua estadia em Kiev que o Presidente Volodymyr Zelensky considerasse a possibilidade de um cessar-fogo para avançar no processo de paz, sugestão prontamente rejeitada pelas autoridades ucranianas.

Durante as negociações em Washington, Kuleba compartilhou com Szijjarto informações sobre a situação no campo de batalha e os preparativos para a cúpula sobre a Ucrânia que aconteceu em junho na Suíça. “É crucial ressaltar que qualquer ação em prol da paz não deve se basear nas narrativas russas”, enfatizou o ministro ucraniano. As autoridades em Kiev recusaram a proposta de cessar-fogo, argumentando que isso só resultaria em mais ataques por parte da Rússia no futuro. Mantém-se firme a exigência de que as tropas russas se retirem do território ucraniano como parte de um eventual acordo.

Em resposta à iniciativa de Orbán, o presidente russo, Vladimir Putin, reafirmou suas condições para o fim do conflito, incluindo a exigência de que a Ucrânia desista de suas aspirações de integrar a Otan e abandone quatro regiões parcialmente ocupadas pela Rússia. Kiev argumenta que atender a essas demandas equivaleria a uma rendição. A Ucrânia segue trabalhando com seus aliados para apresentar uma proposta abrangente a tempo de uma segunda cúpula de paz, aguardada ainda para este ano. Há inclusive a possibilidade de que representantes russos, anteriormente excluídos de reuniões, possam ser convidados a participar, conforme indicado por autoridades ucranianas.

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