Inflação em junho fica em 0,21%, segundo IBGE
Inesperadamente, o índice divulgado ficou aquém das projeções do mercado. Entretanto, é válido destacar que ao longo de um período de 12 meses, a taxa apresentou um aumento significativo, passando de 3,93% para 4,23%. Esse resultado surpreendente está impactando diversos setores e levantando discussões sobre as perspectivas econômicas futuras.
A inflação brasileira desacelerou em junho, conforme apontam os dados divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira, 10. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um aumento de 0,21% no último mês, indicando uma queda de 0,25 ponto percentual em comparação com os 0,46% registrados em maio. No acumulado do ano, o IPCA apresenta uma alta de 2,48%, enquanto nos últimos 12 meses a taxa atinge 4,23%, um valor acima dos 3,93% observados nos 12 meses anteriores.
Os dados de junho surpreenderam o mercado ao ficarem abaixo das expectativas. As projeções apontavam para uma inflação de 0,32%, porém o índice efetivo ficou em 0,21%. Esse desvio de 0,11 ponto percentual foi o maior desde dezembro de 2022, quando a variação do IPCA foi de 0,62% frente à mediana de 0,45%.
De acordo com o IBGE, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta em junho. O setor de Alimentação e Bebidas foi o que mais impactou no resultado, com um aumento de 0,44% e contribuição de 0,10 ponto percentual para o índice. Já a maior variação veio do grupo de Saúde e Cuidados Pessoais, com elevação de 0,54% e contribuição de 0,07 ponto percentual.
Os demais grupos tiveram variações entre -0,08% em Comunicação e 0,29% em Despesas Pessoais. No grupo Alimentação e Bebidas, por exemplo, os preços dos alimentos para consumo em casa diminuíram de 0,66% em maio para 0,47% em junho, com altas expressivas em produtos como batata inglesa, leite longa vida, café moído e arroz, e quedas significativas em itens como cenoura, cebola e frutas.
A alimentação fora de casa teve um aumento de 0,37%, que foi mais modesto em comparação com o mês anterior. Já o grupo de Saúde e Cuidados Pessoais sofreu influência principalmente dos perfumes, que tiveram um aumento de 1,69%, e do reajuste de até 6,91% nos planos de saúde autorizado pela ANS em junho.
No setor de Transportes, a queda nas passagens aéreas foi significativa, com recuo de 9,88%. Já em relação aos combustíveis, o óleo diesel e o gás veicular tiveram uma redução de preços, enquanto a gasolina e o etanol apresentaram alta. O cenário econômico refletido pelo IPCA de junho mostra um panorama de desaceleração da inflação e impactos setoriais nas altas e baixas de preços.