Economia do Rio Grande do Sul se recupera após impacto das enchentes
Após as enchentes que impactaram o Rio Grande do Sul em maio, a economia do Estado começou a mostrar sinais de recuperação. Em junho, o varejo ampliado apresentou crescimento de 14,3% em relação ao mesmo período de 2023, revertendo o recuo de 10% registrado em maio. Esses dados foram apontados pela prévia do Índice Getnet (IGet) de junho.
O varejo ampliado inclui vendas de veículos e materiais de construção, e é considerado um termômetro importante da atividade econômica. A parceria entre o Santander e a Getnet possibilitou a coleta desses indicadores.
Além disso, os serviços prestados às famílias também apresentaram melhora, com um recuo de 8,3% em junho em comparação com o mesmo período do ano anterior, contra uma queda de 40% em maio. O economista do Santander, Gabriel Couto, ressaltou que o desempenho de junho nos serviços prestados às famílias foi semelhante ao registrado antes das enchentes, em abril.
No entanto, a indústria foi mais impactada pelas enchentes, com destruição de fábricas e capacidade de produção. A recuperação da indústria demandará investimentos que demandam mais tempo para se concretizarem. Por outro lado, a retomada do varejo e dos serviços acontece de forma mais rápida, impulsionada pela demanda contínua e também pela liberação de recursos federais para ajudar o Estado.
Apesar da reação positiva, o economista destaca que o impacto negativo das enchentes no Produto Interno Bruto do Estado já está feito, com previsão de uma redução de 0,3 ponto percentual no crescimento do PIB em 2024. O Santander projeta um crescimento de 2% para a economia brasileira no próximo ano, levando em consideração os efeitos da tragédia no Sul.
Segundo dados do IBGE, o Rio Grande do Sul representa 6,6% do varejo ampliado nacional e 4,6% do setor de serviços do país.