Impacto dos incêndios no Pantanal e ação do governo de Mato Grosso do Sul
O governo de Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência devido aos incêndios florestais que assolam o estado, especialmente afetando o Pantanal, maior área úmida contínua do planeta. Com a publicação do decreto, os municípios atingidos terão apoio dos órgãos estaduais, sob a coordenação da Defesa Civil, para lidar com a crise.
Essa medida se tornou necessária devido à seca prolongada que a região enfrenta desde o início do ano, com um aumento significativo nos focos de calor, conforme apontado pelo Monitor de Secas da ANA. Além disso, o Pantanal vem sofrendo com um número alarmante de queimadas, com um aumento de 595% nos incêndios em relação ao ano anterior, segundo dados do Inpe.
O decreto também autoriza a convocação de voluntários para auxiliar nas ações de resposta aos desastres e permite a realização de campanhas de arrecadação de recursos, visando a assistência à população afetada. As autoridades terão autorização para entrar em residências em caso de risco iminente, bem como utilizar propriedades particulares se necessário, garantindo a devida indenização aos proprietários.
A situação crítica de escassez quantitativa dos recursos hídricos na região do Pantanal foi declarada pela ANA, com vigência até outubro de 2024. O bioma tem sido o mais afetado por queimadas nas últimas décadas, com 59,2% de seu território atingido pelo fogo, segundo levantamento do MapBiomas. O município de Corumbá foi apontado como o mais afetado por queimadas em todo o Brasil, com 25% do Pantanal apresentando ‘cicatrizes de fogo’ na vegetação nativa.
O governo estimou prejuízos de mais de R$ 17 bilhões para a agropecuária pantaneira, destacando as consequências ambientais, econômicas e sociais dos incêndios. A antecipação e intensificação desses problemas chamam a atenção para a urgência de medidas eficazes de prevenção e combate a incêndios, visando proteger o patrimônio natural e a vida no Pantanal.