Conversa entre Trump e Xi faz dólar fechar abaixo de R$5,60
O dólar americano encerrou o pregão com desvalorização de 1,03%, sendo cotado a R$5,58 no mercado à vista. Esse movimento reflete a dinâmica do mercado cambial, onde a moeda estrangeira perdeu valor em relação ao real brasileiro ao final do dia. Essa variação no câmbio pode impactar diretamente diversos setores da economia, como importações, exportações e investimentos estrangeiros no país.

Notas de dólar 12/02/2018 REUTERS/Jose Luis Gonzalez/Imagem ilustrativa Foto: Reuters Reprodução: https://www.terra.com.br/
O dólar registrou uma queda superior a 1% no Brasil na quinta-feira, encerrando o dia abaixo de R$5,60 pela primeira vez em 2025. Esse movimento acompanhou a tendência geral de recuo da moeda norte-americana no exterior, influenciado pelo Banco Central Europeu (BCE) sinalizando uma pausa em seu processo de corte de juros e pelas negociações comerciais entre EUA e China. O dólar à vista fechou em baixa de 1,03%, atingindo R$5,5871, o menor valor de fechamento para o dólar no ano de 2025. Esse é o menor patamar desde 14 de outubro do ano passado, quando encerrou em R$5,5827. Em 2025, a moeda dos EUA acumula perdas de 9,58%.
No cenário nacional, com a ausência de novidades sobre o pacote fiscal em discussão entre governo e Congresso em Brasília, que poderia substituir as elevações do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciadas duas semanas antes, os investidores voltaram sua atenção para o cenário internacional. As notícias lá fora exerceram pressão sobre o dólar, beneficiando moedas de países exportadores de commodities e emergentes, como o real. O BCE reduziu as taxas de juros conforme esperado, porém transmitiu sinais de que pretende pausar o ciclo de cortes. A presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou em coletiva de imprensa que acreditava estar em uma boa posição para lidar com as incertezas futuras, sem comprometer-se previamente com a trajetória dos juros.
A expectativa de manutenção dos juros pelo BCE no próximo encontro de política monetária reforçou a ideia de que o diferencial de juros em relação aos Estados Unidos não deve aumentar. Esse cenário fez com que o dólar cedesse em relação ao euro, levando também o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, a uma queda. Além disso, as negociações entre EUA e China também contribuíram para a queda do dólar em relação a várias outras moedas. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da China, Xi Jinping, tiveram uma conversa por telefone tratando das tensões comerciais crescentes, o que gerou otimismo nos investidores.
Trump afirmou nas redes sociais que a conversa foi muito positiva, focada principalmente no comércio, e que novas discussões entre EUA e China estão previstas. Esse diálogo foi bem recebido pelo mercado, impulsionando moedas de exportadores de commodities como o real. Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, comentou que a tomada de risco no mercado aumentou com o avanço das negociações entre Trump e Xi Jinping, beneficiando especialmente moedas de países emergentes e ligados a commodities, devido à forte exposição à economia chinesa.
Diante desse contexto, o dólar à vista no Brasil começou o dia alcançando a máxima de R$5,6382 (-0,12%) às 9h10, porém, pouco tempo depois da abertura, despencou para a mínima de R$5,5779 (-1,19%) às 14h17. No final da tarde, a moeda norte-americana mostrava uma maior estabilidade diante das demais moedas fortes. Às 17h44, o índice do dólar registrava uma queda de 0,04%, chegando a 98,758 pontos.