BNDES destinará R$ 3,8 bilhões para usina no Pará

Um montante significativo de recursos, provenientes de uma captação de recursos por meio da emissão de debêntures, será direcionado para o financiamento do projeto da Portocem em Barcarena. Vale ressaltar que o empreendimento demandará um investimento total estimado em R$ 5,4 bilhões, demonstrando a magnitude e a relevância econômica da iniciativa para a região e para o país. A captação bem-sucedida desses recursos é um passo crucial para viabilizar a implementação do projeto e impulsionar o desenvolvimento local.

BNDES coordenou a emissão de debêntures para o projeto no Pará Foto: Fabio Motta/Estadão / Estadão Reprodução: https://www.terra.com.br/

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou que irá destinar um montante de R$ 3,8 bilhões, através da subscrição de debêntures, para a Portocem Geração de Energia realizar a construção de uma usina termoelétrica movida a gás natural, a UTE Portocem I, em Barcarena, no Pará. Essa iniciativa está inserida no contexto do Novo PAC e contemplará, além da usina, a instalação de uma linha de transmissão com extensão de 3,8 km, conectando-a ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A previsão é de que a usina entre em operação comercial em agosto de 2026, com um investimento total estimado em R$ 5,4 bilhões.

A UTE Portocem I terá uma potência total de 1,571 gigawatts (GW), composta por quatro turbogeradores de 392,97 megawatts (MW) cada. O gás natural, proveniente do Terminal de Importação e Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) da Centrais Elétricas Barcarena (Celba), será a fonte primária de energia para a usina. O BNDES liderou uma emissão de R$ 4,5 bilhões em debêntures simples para o empreendimento, subscrevendo R$ 3,8 bilhões que serão direcionados para obras civis, aquisição de equipamentos, montagens e instalações.

As termelétricas a gás natural possuem a vantagem de serem facilmente acionadas em momentos de alta demanda energética, sendo cruciais durante períodos de escassez hídrica e nos picos de consumo, como em dias quentes ou durante a noite. Segundo o BNDES, a UTE Portocem I atuará como uma reserva de energia para o SIN, gerando eletricidade apenas nos momentos de maior demanda ou em substituição a usinas que estejam inoperantes.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou a importância crescente do gás natural na matriz energética brasileira, destacando sua menor emissão de poluentes em comparação a outros combustíveis fósseis, como carvão e óleo. Mercadante citou que iniciativas como a da Portocem contribuem para uma matriz energética mais sustentável e ecologicamente correta, mantendo o Brasil alinhado com práticas ambientalmente responsáveis.

Com relação à localização da usina, no Porto de Vila do Conde, em Barcarena, o projeto se beneficia do fácil acesso hidroviário pela Baía de Marajó para receber navios com GNL, da proximidade com a demanda de energia da região metropolitana de Belém e da Alunorte, maior refinaria de alumina fora da China, e do suprimento de gás natural para os empreendimentos locais. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o Novo PAC está promovendo o avanço na oferta de energia a partir de fontes menos poluentes em áreas estratégicas como Barcarena, visando garantir maior segurança energética e evitar interrupções no fornecimento.

Luciana Costa, diretora de Infraestrutura e Mudança Climática do BNDES, enfatizou que o gás natural, considerado um combustível de transição, possui um desempenho superior aos demais combustíveis fósseis, proporcionando segurança e estabilidade ao sistema elétrico, especialmente em um cenário de expansão das fontes renováveis de energia. A Portocem Geração de Energia, empresa destinada à implementação e operação da UTE Portocem I, venceu o 1º Leilão de Reserva de Capacidade em 2021, promovido pelo Ministério de Minas e Energia (MME), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

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