Novo estilo de gestão na Petrobras se destaca

Uma mudança promissora parece se desenhar no horizonte da empresa, que se destaca por sua resiliência econômica, expansão de investimentos, aceleração de projetos e foco renovado na segurança energética. Esses indicadores apontam para uma nova fase na trajetória da organização, que se prepara para enfrentar desafios e oportunidades com determinação e visão estratégica.

Cerimônia de posse da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, no Cenpes. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil Reprodução: https://www.cartacapital.com.br/

A Petrobras divulgou, na quinta-feira, 7 de novembro de 2024, seus resultados correspondentes ao terceiro trimestre sob a gestão de Magda Chambriard, marcando o primeiro período completo da nova liderança. Em meio a um cenário desafiador, a empresa estatal conseguiu alcançar um lucro líquido de 32,5 bilhões de reais, revertendo o prejuízo registrado no trimestre anterior. Isso reforça a solidez operacional e financeira da Petrobras, demonstrando um desempenho positivo.

A distribuição de dividendos atingiu o montante de 17,12 bilhões de reais, correspondendo a 52,5% do lucro líquido da companhia no trimestre. Os fatores que impulsionaram esse resultado positivo foram a elevação dos preços dos derivados no mercado interno em 5,3%, juntamente com o aumento de 13,7% do dólar médio de venda. Esses elementos compensaram a queda de 7,6% no preço do petróleo no mercado internacional (brent), além da redução nas vendas de derivados e nas exportações de petróleo e derivados.

Com isso, a Petrobras fechou o terceiro trimestre de 2024 com uma receita de vendas de 129,5 bilhões de reais, um aumento de 3,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Um ponto relevante para a lucratividade da empresa foi a redução de 13,8% nas despesas operacionais, que passaram de 26,5 bilhões de reais no trimestre anterior para 19,9 bilhões de reais no trimestre atual. Diferentemente do trimestre anterior, neste período, o resultado não foi impactado de forma significativa por itens não recorrentes.

A capacidade de geração de caixa operacional da Petrobras se manteve forte, atingindo 62,7 bilhões de reais, um aumento de 11% em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Isso permitiu à empresa aumentar em 31,3% o volume total de investimentos neste trimestre, saindo de 3,3 bilhões de reais em 2023 para 4,4 bilhões de reais no terceiro trimestre de 2024. No entanto, é importante ressaltar que menos de 3% desses recursos foram direcionados para investimentos em energias de baixo carbono.

A distribuição de dividendos de 17,12 bilhões de reais neste terceiro trimestre, equivalente a cerca de 1,32 real por ação ordinária e preferencial, segue a Política de Remuneração aos Acionistas da empresa. Neste trimestre não houve distribuição de dividendos extraordinários, indicando uma gestão cautelosa. Além disso, a Petrobras encerrou seu Programa de Recompra de Ações de Emissão Própria, que em um ano desembolsou 5,6 bilhões de reais na recompra de aproximadamente 3,5% das ações preferenciais em circulação.

Do total gerado pela Petrobras nos nove primeiros meses de 2024, equivalente a 307,5 bilhões de reais, a maior parte (49,4% ou 151,7 bilhões de reais) foi destinada à sociedade em forma de tributos. Instituições financeiras e fornecedores ficaram com 66,0 bilhões de reais (21,5% do total), enquanto 53,9 bilhões de reais (17,6%) foram destinados aos acionistas através de dividendos, juros sobre capital próprio ou lucros retidos. Apenas 6,2% da riqueza gerada, o equivalente a 19,2 bilhões de reais, foi distribuído aos trabalhadores em forma de salários e outras remunerações.

Em resumo, os resultados obtidos refletem as decisões e indicam possíveis direções para a Petrobras sob a gestão de Chambriard. Entre os destaques estão a ampliação dos investimentos, a aceleração de projetos e a preocupação com a segurança energética nacional. A empresa está recalibrando os investimentos para 2024, de modo a lidar com incertezas, melhorar a eficiência operacional e buscar inovações no curto prazo.

A gestão atual também mostra um interesse em reforçar suas reservas e explorar novas fronteiras, como na Bacia de Pelotas em parceria com a Shell, e em atividades exploratórias na África e na Colômbia. A retomada de projetos de fertilizantes e a finalização de negociações estratégicas, como a da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil, destacam a importância da segurança energética nacional para a Petrobras. A empresa busca um fortalecimento interno e externo, focando em um projeto de empresa integrada que impulsione o desenvolvimento industrial do país.

Embora seja cedo para uma avaliação definitiva, a gestão atual parece sinalizar uma recuperação tanto operacional quanto de investimentos para a Petrobras. No entanto, é fundamental que essa visão esteja alinhada a um projeto de longo prazo capaz de contribuir para a transição energética no Brasil, superando desafios e interesses de curto prazo.

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